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Itália define grupos prioritários para vacinação contra varíola dos macacos

Campanha de imunização vai priorizar homossexuais

5 ago 2022 - 17h23
(atualizado às 17h54)
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O governo da Itália anunciou nesta sexta-feira (5) que a campanha de vacinação contra a varíola dos macacos no país vai focar sobretudo em homossexuais que tenham tido comportamento de risco recentemente.

Ampola de vacina contra varíola dos macacos
Ampola de vacina contra varíola dos macacos
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A diretriz divulgada pelo Ministério da Saúde diz que, neste momento, a "modalidade de contágio e a velocidade de difusão, bem como a eficácia de medidas não-farmacológicas, excluem a necessidade de uma campanha de vacinação em massa".

Segundo o governo, o programa de imunização será voltado a funcionários de laboratório com possível exposição direta ao Orthopoxvirus (gênero de vírus causadores da varíola), pessoas gays, transgênero, bissexuais e homens que tiveram relações sexuais com homens.

Dentro dessas categorias, serão priorizados indivíduos que tenham tido um ou mais dos seguintes comportamentos: relações sexuais com mais de um parceiro nos últimos três meses, participação em eventos de sexo de grupo, participação em encontros sexuais em clubes e saunas, infecção sexualmente transmitida no último ano e hábito de consumir drogas químicas durante atos sexuais.

"Acreditamos ser importante o envolvimento das associações LGBTQIA+ e de luta contra o HIV para favorecer uma correta informação sobre a campanha de vacinação", diz o Ministério da Saúde.

De acordo com o subsecretário da pasta, Pierpaolo Sileri, a "grande maioria" dos cerca de 500 casos de varíola dos macacos na Itália foi registrada em "homens da comunidade gay". No entanto, ele fez a ressalva de que seria "incorreto" pensar que o contágio permanecerá "confinado dentro dessa população".

"A infecção pela varíola dos macacos não está ligada à orientação sexual, mas sua transmissão exige um contato físico importante, como o sexual", acrescentou, pedindo que as pessoas não cometam o mesmo erro dos anos 1980, de associar a Aids aos homossexuais.

A vacinação vai começar nas regiões com mais casos até o momento: Lombardia (2 mil doses), Lazio (1,2 mil), Emilia-Romagna (600) e Vêneto (400). O imunizante usado é o Jynneos, desenvolvido inicialmente para combater a varíola humana, doença erradicada no mundo desde 1980.

A varíola dos macacos pode ser transmitida por gotas de saliva e por contato com fluidos corporais e lesões cutâneas, inclusive durante relações sexuais. Já os sintomas são semelhantes aos da varíola humana, como febre, dores musculares e o surgimento de bolhas na pele, embora de forma mais leve.

O nome "varíola dos macacos" se deve ao fato de o vírus ter sido descoberto em colônias de símios, em 1958. Atualmente, acredita-se que os roedores sejam os principais hospedeiros do patógeno.

No último dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença como "emergência de interesse internacional", seu mais alto nível de alerta.  

Ansa - Brasil
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