Itália denuncia 'crime de guerra' em ataque de Israel à Unifil
Ministro descartou que bases tenham sido atingidas por erro
O governo da Itália afirmou nesta quinta-feira (10) que os ataques de Israel contra bases da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) podem constituir "crimes de guerra" e não foram causados por "erro".
As declarações foram dadas em uma coletiva de imprensa pelo ministro italiano da Defesa, Guido Crosetto, que se reuniu com o embaixador israelense em Roma para cobrar explicações sobre o episódio.
"Os atos hostis reiterados das forças israelenses poderiam constituir crimes de guerra. São violações gravíssimas das normas do direito internacional e injustificáveis sob qualquer motivo militar", disse Crosetto na sede do governo.
Os ataques atingiram o quartel-general da força da ONU em Naqoura, onde dois soldados ficaram feridos na queda de uma torre de observação atacada por um tanque israelense, e as bases 1-31 e 1-32A, ambas sob comando italiano.
Nestas duas últimas, disparos israelenses danificaram veículos, sistemas de comunicação e iluminação e estações de transmissão. "Esperamos uma resposta para entender o que levou [Israel] a fazer o que aconteceu. Não foram tiros disparados por erro", salientou o ministro da Defesa. Crosetto também rechaçou a hipótese de que o Exército israelense havia avisado a Unifil para esvaziar algumas bases no sul do Líbano. "Disse para o embaixador falar ao governo israelense que a ONU e a Itália não podem aceitar ordens do governo israelense", salientou.
A premiê Giorgia Meloni também condenou os ataques e afirmou que episódios do tipo "são inadmissíveis". A Unifil tem um contingente de cerca de 10 mil militares, dos quais aproximadamente mil são italianos. .