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Itália investiga mortes por coronavírus em asilos

Investigadores querem saber como foi feita a gestão da pandemia

15 abr 2020 - 08h51
(atualizado às 09h07)
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O núcleo da Polícia Econômico-Financeira da Guarda de Finanças (GdF) e o núcleo especializado em casos de saúde dos Carabineiros (NAS, na sigla em italiano) estão fazendo uma série de investigações em asilos de toda a Itália para verificar centenas de mortes pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) em instituições do tipo.

Pio Albergo Trivulzio, em Milão, é alvo de operação da GdF
Pio Albergo Trivulzio, em Milão, é alvo de operação da GdF
Foto: ANSA / Ansa

Entre essa terça-feira (14) e quarta-feira (15), a GdF está focando suas ações na região da Lombardia. Os investigadores estão fazendo uma busca nas comunicações entre o governo regional e as Residências Sanitárias Assistenciais (RSAs) e, nesta manhã, o foco foi a unidade de Pio Albergo Trivulzio e outras estruturas em Milão para apreender documentos sobre a gestão da crise.

No dia 14, o foco também foi a Trivulzio, mas o intuito era entender a organização interna da entidade e, em particular, a "chegada" de 20 novos idosos no RSA quando a pandemia já estava instalada no país. Uma decisão do governo local, no dia 8 de março, autorizou a entrada das pessoas para se instalarem na instituição.

Após a divulgação pela imprensa da ação da GdF, o governador da região, Attilio Fontana, disse em nota que todos "estão empenhados a combater o vírus e a proteger os lombardos" e que dará "a máxima colaboração a quem estiver investigando". De acordo com fontes, estão na mira a investigação de ao menos 143 mortes nas Residências entre os meses de março e abril.

NAS fecha 15 asilos pelo país:

Em outra frente de investigação, o NAS informou que foram fechados 15 casas de repouso, RSAs ou centros de reabilitação de idosos por todo o país após investigações sobre a gestão da pandemia do novo coronavírus. Os habitantes desses locais foram transferidos para outras unidades.

Segundo a entidade, 601 unidades por todo o país foram investigadas, sendo que 17% delas não estavam seguindo as normas determinadas — totalizando 104 casas. Ao todo, foram indiciadas 61 pessoas e outras 157 foram punidas financeiramente com multas que totalizam mais de 72 mil euros.

Os problemas mais comuns encontrados foram a ausência de uma quantidade suficiente de profissionais para cuidar dos idosos, superlotação, inadequação da estrutura física e de gestão, entre outros. Foram 212 irregularidades encontradas nas investigações.

Entre as intervenções mais significativas, estão unidades em Taranto, Campobasso, Perúgia, Reggio Calábria, Nápoles, Roma, Cosenza, Údine e Turim.

Segundo um levantamento do Instituto Superior de Saúde (ISS), órgão ligado ao governo italiano, são 2.399 estruturas de atendimentos aos idosos na Itália. Em uma pesquisa, que 577 unidades responderam, o número de mortes por coronavírus (ou suspeitos de) desde o início da pandemia é de 1.443 falecimentos. Não há, no entanto, dados oficiais de quantas pessoas, de fato, morreram nos RSAs.

No país, são 21.067 mortes e 162.488 casos confirmados da covid-19, sendo a maior parte das contaminações na Lombardia (61.326), Emilia-Romagna (13.778) e Piemonte (17.690).

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