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Itália lembra 10 anos do naufrágio do Costa Concordia

Tragédia provocou 32 mortes em janeiro de 2012

13 jan 2022 - 08h02
(atualizado às 08h11)
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Uma série de homenagens na Itália marca nesta quinta-feira (13) o aniversário de 10 anos do naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concordia, que causou 32 mortes em 13 de janeiro de 2012.

A tragédia deixou o mundo em choque não apenas por sua gravidade, mas também pela irresponsabilidade de um capitão, Francesco Schettino, que acabaria condenado a 16 anos e um mês de prisão pelo naufrágio.

Ao meio-dia (horário local), será celebrada uma missa na Ilha de Giglio, palco do desastre, seguida da deposição de uma coroa de flores no mar.

Já às 21h30, haverá uma procissão em direção a uma lápide em memória das vítimas e, às 21h45, exato horário em que o Costa Concordia se chocou contra as rochas, as embarcações ancoradas no porto soarão suas sirenes.

"Essa será a última celebração pública, porque não queremos esquecer, mas também queremos respeitar as 32 vítimas", disse nesta quinta o prefeito da Ilha de Giglio, Sergio Ortelli.

"As imagens do Costa Concordia ainda estão em nossas mentes. Passados 10 anos do naufrágio, a Itália não esquece das 32 vítimas e das mais de 100 pessoas feridas", reforçou o governador da Ligúria, Giovanni Toti.

O navio de cruzeiro se chocou contra as rochas na costa da ilha de Giglio, um paradisíaco destino turístico na região da Toscana, na noite de 13 de janeiro de 2012, o que o fez tombar lateralmente no mar.

O corpo da última vítima só foi encontrado em novembro de 2014, quando o Costa Concordia já estava sendo desmontado em um estaleiro em Gênova, na região da Ligúria. Durante dois anos e meio, os moradores de Giglio tiveram de conviver com a presença intimidadora de um navio de milhares de toneladas encalhado em seu litoral.

Sentença

Schettino foi condenado de forma definitiva em maio de 2017, mais de cinco anos depois da tragédia. Em sua sentença, a Suprema Corte disse que o capitão manteve uma rota e velocidade "totalmente inadequadas", com o objetivo de fazer uma "saudação à ilha de Giglio", prática comum em navios de cruzeiro.

No entanto, o transatlântico se aproximou demais das rochas e acabou encalhado. De acordo com a sentença, Schettino não observou o "nível de diligência, prudência e perícia necessário".

"Ele era o chefe da equipe, portanto tinha uma posição hierarquicamente superior e tanto a obrigação quanto o poder de evitar o acidente", afirmou a Suprema Corte.

Além disso, os juízes concluíram que o capitão devia ter dado o alarme no máximo às 22h, ou seja, quando foi comunicado à cabine de controle que a zona dos motores elétricos estava alagada.

Contudo, a emergência só foi declarada por Schettino às 22h33, quando o navio já começava a se inclinar e após diversas ligações do comandante à Capitania dos Portos afirmando que o Costa Concordia ainda era capaz de navegar.

"O atraso no aviso e na preparação dos botes salva-vidas teve um evidente efeito" na morte de 32 pessoas, de acordo com a Suprema Corte. Por causa do comandante, afirmaram os juízes, muitos indivíduos viveram "experiências absolutamente dramáticas e inenarráveis".

Por fim, o tribunal ainda determinou que o capitão tinha "consciência", ao deixar o navio, de que havia passageiros a bordo - Schettino ficou mundialmente conhecido como "capitão covarde" por ter abandonado o transatlântico antes da conclusão do resgate.

Em uma célebre conversa com o oficial da Capitania dos Portos Gregorio De Falco, hoje senador da República, o então comandante ouviu a frase "Vada a bordo, cazzo" ("Volte a bordo, caralho"), mas a ignorou.

"Essa frase se insere em uma comunicação que já durava horas, e todos haviam sumido da prancha, não respondiam ao rádio nem ao telefone. No interesse da ação de socorro, eu pedia que voltasse a bordo a autoridade, ou seja, o comandante, que podia assumir a responsabilidade", disse De Falco nesta quinta.

Schettino acabou condenado a 10 anos de prisão por múltiplas lesões e múltiplos homicídios culposos, cinco anos por naufrágio culposo, um ano por abandono de navio e de incapazes e um mês por não ter notificado corretamente a Capitania dos Portos. 

Ansa - Brasil
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