Itália nega envolvimento de Musk em libertação de repórter presa no Irã
Segundo Tajani, Cecilia Sala foi liberada com ajuda do governo
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, negou nesta sexta-feira (17) os relatos de que o bilionário Elon Musk, dono de X, Tesla e SpaceX, teve participação na libertação da jornalista italiana Cecilia Sala.
A repórter freelancer do jornal Il Foglio e podcaster do Chora News, de 29 anos, retornou à Itália no dia 8 de janeiro após ser libertada pelo Irã depois de passar 20 dias presa em Teerã.
"Elon Musk não teve nada a ver com o caso Sala", declarou Tajani ao Skytg24. "Ele fez contato com a família, mas não desempenhou nenhum papel. O caso foi resolvido pelo governo italiano".
A declaração do chanceler italiano é dada após o jornal americano "The New York Times" publicar que Musk interveio pessoalmente no caso, ao telefonar para o embaixador iraniano na ONU, Amir Saeed Iravani, pouco depois de uma viagem surpresa da premiê da Itália, Giorgia Meloni, à Flórida para se reunir com o presidente eleito Trump em 4 de janeiro.
Tajani revelou ainda que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, nunca expressou oposição a ele sobre o que o governo italiano fez para garantir a libertação de Sala. Autoridades iranianas também negaram os relatos do envolvimento de Musk no caso.
Sala foi detida em 19 de dezembro, sob a acusação vaga de violar as leis islâmicas do Irã. Três dias antes, a Itália havia detido o iraniano Mohammad Abedini Najafabadi no Aeroporto de Milão-Malpensa a pedido da Justiça dos EUA, que o acusa de colaborar em um ataque com drones que matou três militares americanos em uma base na Jordânia em janeiro de 2024.
Oficialmente, as partes envolvidas sempre negaram que os casos Sala e Abedini estivessem interligados. O iraniano foi libertado em 12 de janeiro, quatro dias após a soltura da jornalista italiana. .