Itália pode ganhar 1ª central de fusão nuclear na década de 2030
Essa fonte é tida como o 'Santo Graal' da produção energética
A empresa italiana de energia ENI anunciou nesta terça-feira (9) que prevê construir sua primeira central movida por fusão nuclear no início da próxima década.
Em audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado, a responsável pela área de fusão do grupo, Francesca Ferrazza, disse que a expectativa é de fazer um projeto-piloto em meados desta década e uma planta industrial conectada à rede no começo dos anos 2030.
As usinas nucleares tradicionais utilizam a fissão para produzir energia, ou seja, a divisão dos átomos, processo que gera lixo radioativo e que exige pesados investimentos em segurança.
Já a fusão, tida como o "Santo Graal" da produção energética, consiste na união de núcleos atômicos através de sua compressão e aquecimento extremos, reproduzindo o que ocorre no coração das estrelas, que fundem átomos de hidrogênio e geram quantidades astronômicas de energia limpa.
O desafio, no entanto, é fazê-la de maneira economicamente viável. Foi apenas em dezembro de 2022 que cientistas dos Estados Unidos anunciaram a primeira reação de fusão nuclear com ganho líquido de energia, e o caminho para a produção em larga escala ainda é longo.
A ENI participa nos EUA de um projeto de fusão nuclear com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e também possui parcerias nesse campo na própria Itália.
"A cadeia de fornecimento de fusão italiana está entre as líderes em nível global, e nossos centros de pesquisa e universidades estão entre os mais avançados", garantiu Ferrazza.