Itália prende na Sardenha um de seus criminosos mais procurados
Graziano Mesina estava foragido desde julho de 2020
As autoridades italianas prenderam na noite da última sexta-feira (17) um de seus criminosos mais procurados, Graziano Mesina, que está foragido desde sua condenação por tráfico internacional de drogas em 2020 e famoso por suas múltiplas fugas.
Mesina, de 79 anos, era procurado porque em julho de 2020 fugiu da prisão ordenada pelo Supremo Tribunal Federal pelo crime de pertencer a uma associação criminosa voltada para o tráfico internacional de drogas, segundo relatório dos carabineiros.
O criminoso, que deve cumprir 24 anos de prisão, foi encontrado na cidade de Desulo, na ilha da Sardenha, sul da Itália, onde estava escondido na casa de um casal que é alvo de uma investigação. Ele não resistiu, não estava armado, mas tinha posse de 6 mil euros em espécie.
A prisão foi feita durante operação do Grupo de Operações Especiais (Ros), em colaboração com os agentes do GIS, o Comando Provincial de Nuoro e o Esquadrão de caça dos carabineiros da Sardenha.
Mesina é um dos "bandidos" mais famosos da Sardenha, chegando a ser quase lendário em sua cidade natal, Orgosolo, já que sempre conseguiu escapar das autoridades italianas e da prisão.
Ao todo, ele tentou fugir da cadeia em 22 ocasiões, e em 10 conseguiu, tornando-se assim um dos criminosos mais evasivos. A maioria das vezes foi fugas consideradas de cinema.
Em 1962, o italiano aproveitou uma transferência de prisão para saltar de um trem em movimento. Ele foi capturado poucas horas depois, mas nesse mesmo ano aproveitou uma internação hospitalar para desaparecer, escondendo-se por dois dias em um cano.
Já em 1966, ele se atirou das paredes da prisão de San Sebastiano de Sassari e escapou com o falangista espanhol Miguel Atienza e mais tarde se disfarçou de padre para se esconder entre as pessoas antes de se jogar na montanha Orgosolo.
Em 2004, por sua vez, depois de passar a maior parte de sua vida na prisão, ele obteve a graça do então presidente da República, Carlo Azeglio Ciampi, e voltou a viver em sua Sardenha natal.
No entanto, em junho de 2013, Mesina foi novamente detido por tráfico internacional de drogas, em colaboração com os clãs mafiosos da Calábria. Com isso, a Suprema Corte confirmou sua sentença e revogou a graça em 2018.
Ele é considerado um dos maiores da Itália desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), principalmente no sul do país, conhecido pelos extensos casos de fraude e por ter mediado o sequestro do menino canadense Farouk Kassam, de 7 anos, em 1992, em um crime que chocou os italianos.