Itália prende 169 pessoas ligadas à máfia 'Ndrangheta
Parte das detenções foi realizada em parceria com a Alemanha
Uma mega operação da polícia da Itália, em parceria com o comando da província de Crotone, prendeu 169 pessoas nesta terça-feira (9) acusadas de terem ligação com a máfia 'Ndrangheta. As detenções ocorreram tanto em cidades italianas como na Alemanha.
A ação militar ocorreu após meses de investigações lideradas pela Direção Distrital Antimáfia (DDA) de Catanzaro, no sul da Itália, contra o clã Farao-Marincola, um dos maiores da região da Calábria com ramificações também no norte e no centro do país - em particular, na Emília-Romana, Vêneto, Lazio e Lombardia.
As investigações documentaram a infiltração mafiosa em diversos setores econômicos e empresariais, seja na Itália como no exterior, fato que fez com que a organização fosse uma "holding criminosa" capaz de gestir os negócios estimados em milhões de euros.
De acordo com a polícia, houve a prisão de três prefeitos: Nicodemo Parrilla, de Cirò Marina, e Michele Laurenzano, de Strongoli, que ficam na província de Crotone, e Angelo Donnici, de Mandatoriccio, na província de Cosenza.
Além disso, há dezenas de representantes locais envolvidos na investigação, entre os quais, o vice-prefeito de Casabona, Domenico Cerrelli, também na província de Crotone, e o presidente do Conselho Comunal de Cirò Marina, Giancarlo Fuscaldo.
As acusações contra os 169 detidos são de associação mafiosa, extorsão, peculato, fraude em licitações, corrupção e danos públicos, sendo que em todos há o agravamento do uso de método mafioso.
Os crimes foram cometidos em diversos setores públicos, desde o comércio de peixes em Cirò Marina, o recolhimento de lixo por empresas, a gestão dos serviços para imigrantes e para o setor de turismo e a exploração de máquinas caça-níquel.
Com uma estrutura mais "organizada" do que as suas rivais, a 'Ndrangheta é considerada uma das maiores máfias da Itália, com infiltrações por todo o território italiano e no exterior.
Estima-se que existam seis mil membros em seus clãs na Itália e mais de 60 mil no exterior. O grupo atua, além do tradicional tráfico de drogas, com a manipulação de resultados esportivos até a infiltração em governos de pequenas e médias cidades pela Itália.
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