Itália protesta contra ataques de Israel à Unifil no Líbano
'O que está ocorrendo não é admissível', disse Meloni
O governo da Itália protestou formalmente contra Israel pelos ataques a bases da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), que conta com um contingente de mais de mil soldados italianos.
"O que está acontecendo nos arredores da base da Unifil não é admissível", diz um comunicado divulgado pelo gabinete da premiê Giorgia Meloni, que conversou por telefone com o comandante do setor oeste da missão, general Stefano Messina.
Os ataques ocorreram na noite da última quarta-feira (9) e atingiram o quartel-general da força da ONU em Naqoura, onde dois soldados indonésios ficaram feridos na queda de uma torre de observação atacada por um tanque israelense, e as bases 1-31 e 1-32A, ambas sob comando italiano.
Nestas duas últimas, militares israelenses danificaram veículos, sistemas de comunicação e iluminação e estações de transmissão.
"Meloni segue os desdobramentos com atenção, em contato constante com os ministros das Relações Exteriores, Antonio Tajani, e da Defesa, Guido Crosetto, e expressou forte solidariedade a nossos militares no Líbano", acrescenta a nota do governo.
Segundo a primeira-ministra, a Itália "continua trabalhando pela cessação das hostilidades e da escalada na região". Antes da divulgação do comunicado, Crosetto havia convocado o embaixador de Israel em Roma para protestar contra os ataques, definidos pelo ministro como "intoleráveis".
Paralelamente, Itália e França convocaram uma reunião com Espanha e Irlanda, que também participam da Unifil, para discutir o episódio. "Israel tem o dever de proteger as forças de manutenção da paz das Nações Unidas", escreveu no X o ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares.
Já o alto representante da União Europeia para Política Externa, o também espanhol Josep Borrell, disse que "mais uma linha foi perigosamente cruzada no Líbano". "Condenamos esse ato inadmissível, para o qual não existe qualquer justificativa", declarou.
Segundo fontes de segurança italianas que acompanham a crise no Oriente Médio, o objetivo de Israel com os ataques seria "forçar a retirada" da Unifil da região para não ter "testemunhas incômodas em ações futuras". .