Itália recupera corpos de 13 mulheres após naufrágio
Barco com 50 migrantes virou perto da ilha de Lampedusa
Poucos dias após o sexto aniversário de uma das maiores tragédias da história recente no Mediterrâneo, um barco com cerca de 50 migrantes naufragou a seis milhas náuticas de Lampedusa, ilha italiana situada a pouco mais de 100 quilômetros da África, na madrugada desta segunda-feira (7).
As equipes de resgate da Guarda Costeira e da Guarda de Finanças da Itália conseguiram salvar 22 pessoas e retiraram do mar 13 corpos de mulheres. Cerca de 15 migrantes continuam desaparecidos, incluindo uma mãe e sua filha de oito meses.
A estimativa de pessoas sumidas é baseada nos relatos dos sobreviventes. Segundo a primeira reconstrução do caso, o naufrágio aconteceu quando barcos de patrulha se aproximaram para fazer o resgate. Ao perceberem o socorro chegando, os migrantes se aglomeraram no mesmo lado da embarcação, o que, aliado ao mar agitado, fez o barco virar.
"Ao longo da operação de socorro, com condições meteorológicas adversas, o deslocamento repentino dos migrantes provocou a virada da embarcação", diz uma nota da Guarda Costeira italiana.
Apenas quatro dias atrás, em 3 de outubro, Lampedusa havia abrigado manifestações em memória das 368 vítimas de um naufrágio ocorrido em 2013, uma das piores tragédias na história recente do Mediterrâneo.
"Chega de desastres no mar. Chega de recolher mortos boiando. Não podemos continuar assistindo ao desembarque de cadáveres de pobres pessoas que perseguem o sonho de melhorar a própria vida. A política deve agir", afirmou o prefeito de Lampedusa e Linosa, Totò Martello.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 19 mil pessoas morreram ou desapareceram tentando chegar à Europa pelo mar nos últimos seis anos, o que transforma o Mediterrâneo na rota migratória mais mortal do mundo.
O naufrágio mais grave ocorreu em 18 de abril de 2015, quando pelo menos 700 indivíduos morreram no Canal da Sicília.