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Itália trabalha para 'evitar risco' de conflito na Ucrânia

Ministro das Relações Exteriores esteve em reunião parlamentar

8 fev 2022 - 12h13
(atualizado às 14h16)
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O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, participou nesta terça-feira (8) de uma reunião conjunta das comissões de Exterior e Defesa do Parlamento e afirmou que o governo do país trabalha para evitar o risco de um aumento na violência na questão da Ucrânia.

Di Maio defendeu que governo italiano quer trabalhar para paz na Ucrânia
Di Maio defendeu que governo italiano quer trabalhar para paz na Ucrânia
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"A crise ucraniana está no centro da agenda europeia e internacional do governo. Trabalhamos para evitar o risco preocupante de uma escalada militar. Essa se juntaria às consequências pesadas - em termos humanitários, geopolíticos e econômicos - de um conflito aberto já há quase uma década nas fronteiras europeias a só dois mil quilômetros de Trieste. Um conflito que desde 2014 até hoje causou 15 mil vítimas entre militares, combatentes e civis, além de um milhão e meio de refugiados internos na Ucrânia, e 500 mil na Rússia", disse Di Maio.

A fala refere-se ao início dos conflitos entre Kiev e Moscou entre o fim de 2013 e início de 2014, quando de um lado havia interesse na adesão ucraniana à União Europeia e do outro um governo aliado aos russos. A crise culminou com a adesão unilateral da Crimeia ao território russos e um conflito na chamada área de Donbass, onde separatistas pró-russos continuam em estado de alerta mesmo com um "cessar-fogo" desde 2015.

Di Maio reforçou que a Itália "sempre defendeu e apoiou a integridade territorial e a plena soberania da Ucrânia".

"Firmeza, coerência, lealdade são pontos firmes da ação que conduzimos de maneira conjunta com nossos parceiros ocidentais e aliados. Nós aderimos à posição de não reconhecimento da anexação ilegal da Crimeia, a qual, no dia 26 de fevereiro, ocorre tristemente o oitavo aniversário", acrescentou.

O chanceler italiano reforçou que a posição do governo é "encontrar uma solução pacífica [...] em linha com os Acordos de Minsk [de 2015] até atingir o restabelecimento do controle ucraniano na fronteira com a Rússia".

"É preciso avançar na aplicação do pacote de Minsk. Isso vale para aspectos humanitários e de segurança que estão, sobretudo, na liderança de Moscou e das entidades do Donbass: cessar-fogo, retiro das armas pesadas e das formações armadas ilegais ou estrangeiras. E também atinge compromissos políticos, que recaem principalmente sobre Kiev: reforma constitucional para a descentralização, especialmente, nas regiões de Donetsk e Lugansk, eleições locais e anistia", pontuou Di Maio.

Lembrando que Moscou continua "indispensável" no fornecimento de gás natural para toda a Europa, o ministro italiano defendeu as conversas na União Europeia para criar sanções "sustentáveis, graduais e proporcionais" em caso de agressão russa.

"Estamos trabalhando no âmbito europeu em uma implementação de possíveis sanções de várias naturezas e intensidades [...] para demonstrar para Moscou os elevadíssimos custos e as consequências que uma ofensiva teria", acrescentou.

Diversos são os governos internacionais que buscam, por meio de reuniões, atenuar as tensões que aumentam semana após semana entre russos e ocidentais. Enquanto EUA, Reino Unido e UE alertam para uma possível invasão militar de Moscou na Ucrânia, os russos afirmam que só estão reposicionando suas tropas nas áreas de fronteira para garantir sua segurança. .

Ansa - Brasil
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