Itamaraty lamenta morte de brasileiro desaparecido após ataque a rave em Israel
O corpo de Ranani Glazer foi encontrado na noite de segunda-feira, 10. Ele estava desaparecido desde o início dos ataques a Faixa de Gaza
O Itamaraty lamentou a morte do brasileiro Ranani Glazer, de 23 anos, que participava de uma festa rave quando ocorreu o ataque do Hamas a Israel. O jovem estava desaparecido desde o último sábado, 7, e seu corpo foi encontrado na noite de segunda-feira, 9.
Em uma nota divulgada nesta terça, 10, o governo brasileiro informou que tomou conhecimento da morte de Ranani, e que se solidariza com a família e amigos do rapaz. Além disso, reiterou que repudia todos os atos de violência, sobretudo contra civis.
Após a declaração do Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou a nota em seu perfil nas redes sociais.
O Governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel.
Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de… https://t.co/mNuWvwpBLn
— Lula (@LulaOficial) October 10, 2023
Ranani estava na festa de música eletrônica criada no Brasil, acompanhado de sua namorada, Rafaela Treistman, e do amigo Rafael Zimerman. Quando os ataques começaram, os três fugiram do local do evento e se esconderam em um bunker. Porém, quando deixaram o esconderijo, Rafaela e Rafael não sabiam onde estava o amigo.
Em uma entrevista à CNN, a jovem contou que eles procuraram um bunker, e, devido à superlotação, não era possível 'se mexer'. "Fomos para uma estrada e vimos que em um ponto de ônibus tinha um bunker. Aí a gente achou que ia ficar tudo bem, já que no bunker os mísseis não seriam problemas. Mas começou a entupir de gente o bunker. Não sei dizer quantas, só não dava para se mexer", afirmou.
A situação se agravou quando inúmeras bombas de gás foram lançadas contra o bunker. Ela disse que eles se defenderam com os corpos das pessoas que ali faleceram. "Havia vários feridos e mortos dentro do bunker. Não tínhamos como sair, tentando ligar para a polícia. Se defendendo literalmente com os corpos das pessoas que morreram", conta. Desorinetada, ela não viu se o namorado havia conseguido sair.
Com a chegada das autoridades, ela deixou o bunker com o amigo, entretanto, não encontrou o namorado. "Eu não lembro direito das coisas. Sei que em uma hora ele estava comigo, estávamos em um canto, abraçados, e em outra hora ele não estava mais. Eu estava tão desorientada que perguntava para uma menina que estava do meu lado 'Ranani, é você?'. E ela não respondia", explicou ela.