Johnson envia carta à UE para pedir adiamento do Brexit
Primeiro-ministro anexou ao documento um segundo comunicado
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, confirmou na noite deste sábado (19) que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, enviou a carta, exigida por lei, para pedir um novo adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit.
No documento, que não foi assinado pelo premier por ser contra, Johnson foi obrigado a pedir a extensão do prazo, marcado inicialmente para 31 de outubro, para 31 de janeiro de 2020. O pedido é uma determinação da lei aprovada no último dia 4 de setembro pelo Parlamento britânico, que precisou ser colocada em prática depois que o novo acordo negociado com Bruxelas não foi aprovado hoje durante sessão extraordinária.
Além da carta, o líder conservador anexou outro documento ressaltando que o adiamento seria um erro "profundamente corrosivo" e "prejudicaria os interesses" do país e dos parceiros da UE.
Johnson ainda pediu para os líderes da UE tentarem convencer os parlamentares britânicos a aprovarem o acordo. O conteúdo foi criado sob a orientação do procurador geral, Geoffrey Cox, para cumprir a cláusula do Acordo de Retirada da União Europeia, o chamado Benn Act, e deixa claro que o pedido está sendo feito pelo Parlamento e não por seu governo. Mais cedo, os parlamentares aprovaram uma emenda que obriga a solicitação do atraso do divórcio para além do próximo dia 31 de outubro. Com isso, o novo acordo não foi submetido a votação. "Na próxima semana, este governo introduzirá a legislação de que precisamos para deixar a União Europeia com o nosso grande novo acordo em 31 de outubro", disse Johnson, na carta enviada aos parlamentares.
Segundo a imprensa local, logo depois da sessão, Johnson chegou a conversar por telefone com ao telefone com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o presidente da França, Emmanuel Macron, além do primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar.