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Jovens estão impulsionando disseminação da Covid-19 nas Américas, diz diretora da Opas

25 ago 2020 - 13h01
(atualizado às 16h13)
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Os jovens estão impulsionando a disseminação do coronavírus nas Américas, disse a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, nesta terça-feira, observando que os números de mortes e de casos dobraram na região nas últimas seis semanas.

Familiares e profissionais de saúde prestam homenagem a enfermeira que morreu de Covid-19 em Ciudad Juarez, no México
18/08/2020
REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Familiares e profissionais de saúde prestam homenagem a enfermeira que morreu de Covid-19 em Ciudad Juarez, no México 18/08/2020 REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Foto: Reuters

Em uma videoconferência com repórteres, Etienne criticou os governos que precipitaram as reaberturas econômicas, apesar dos dados que mostram o agravamento da pandemia.

"Isso não é um bom sinal. Desejar que o vírus desapareça não funcionará", disse ela, detalhando o que descreveu como uma "desconexão real" entre a flexibilização das medidas de contenção e a disseminação contínua do vírus.

A Opas é o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS nas Américas, com sede em Washington.

Desde julho os casos de coronavírus nas Américas mais do que dobraram para cerca de 12 milhões de infecções confirmadas, enquanto as mortes dispararam, aproximadamente na mesma taxa de aceleração, para cerca de 450.000, de acordo com dados da Opas.

Etienne disse que "a grande maioria" dos casos notificados da Covid-19 nas Américas ocorreu entre pessoas de 19 a 59 anos, mas que quase 70% das mortes ocorreram entre indivíduos com 60 anos ou mais.

"Isso indica que os jovens estão, principalmente, impulsionando a propagação da doença em nossa região", disse.

O recente aumento de casos em vários países caribenhos, incluindo as Bahamas, também é uma preocupação crescente, disse Etienne, com novas infecções não apenas causadas pelo turismo, mas também pelo regresso de residentes.

No geral, os governos devem basear suas decisões de reabertura nos melhores dados disponíveis e expandir a testagem e contratar programas de rastreamento para melhor identificar e controlar os picos dos casos, disse.

Seis dos dez países mais afetados do mundo são da América, disse Etienne, apontando para os Estados Unidos, Brasil, México, Colômbia, Peru e Argentina.

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