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Juíza autoriza hospital a desligar aparelhos de garoto em coma no Reino Unido

Família de Archie Battersbee, de 12 anos, disse estar "devastada" com decisão que permite desligar aparelhos que mantêm sinais vitais de garoto.

13 jun 2022 - 16h28
(atualizado às 16h33)
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Foto: BBC News Brasil

Uma juíza determinou que seja interrompido na Inglaterra o tratamento de um garoto que está em coma após sofrer uma lesão cerebral.

Archie Battersbee, de 12 anos, foi encontrado inconsciente em sua casa na cidade de Southend-on-Sea no dia 7 de abril.

Médicos do Royal London Hospital, na capital britânica, onde o garoto está internado, disseram à Justiça que era "altamente provável" que Archie tem "morte cerebral" e solicitaram autorização para desligar os aparelhos.

Hollie Dance, mãe do garoto, disse que estava "devastada" e que a família planejava entrar com um recurso judicial para que o tratamento de Archie prossiga.

O menino de 12 anos sofreu lesões cerebrais em sua casa. Sua mãe diz acreditar que seu filho participou de um desafio online que o deixou inconsciente mais de dois meses atrás.

Hollie e o pai de Archie, Paul Battersbee, estão sendo apoiados pela organização Christian Legal Center em sua tentativa de conseguir na Justiça que os aparelhos sejam mantidos em funcionamento.

Durante uma audiência de três dias na semana passada, especialistas disseram que testes clínicos não mostraram atividade cerebral "discernível".

A juíza Emma Arbuthnot então disse que dava "permissão aos profissionais médicos do Royal London Hospital para deixarem de ventilar mecanicamente Archie Battersbee".

Mãe critica decisão judicial

Em um comunicado divulgado após a determinação da juíza Arbuthnot, a mãe de Archie declarou estar "devastada e extremamente decepcionada com a decisão depois de semanas travando uma batalha legal, quando o meu desejo era estar ao lado da cama do meu filho."

"Basear essa decisão em um teste de ressonância magnética e definir que ele 'provavelmente' está morto não é o suficiente. Acredita-se que esta seja a primeira vez que alguém foi declarado 'provavelmente' morto com base em um teste de ressonância magnética".

Ela disse que se sentiu "enojada" que o hospital e a juíza não levaram em conta a vontade da família e acrescentou que não acredita que "Archie tenha tido tempo suficiente".

"Seu coração ainda está batendo, ele segurou minha mão e, como mãe, sei que ele ainda está lá", disse ela.

"Até que seja a vontade de Deus, não vou aceitar que ele vá embora. Já soube de milagres em que as pessoas têm morte cerebral e voltam à vida."

"Pretendemos entrar com um recurso e não vamos desistir de Archie."

A juíza Arbuthnot disse que a devoção da família de Archie era "extraordinária".

"Se Archie permanecer respirando por aparelhos, o resultado provável para ele é morte súbita e as perspectivas de recuperação são nulas", disse ela.

"Ele não tem prazer com a vida e seu dano cerebral é irrecuperável", disse Arbuthnot. Segundo a decisão da magistrada baseada nos registros de ressonância magnética, a morte de Archie ocorreu no dia 31 de maio.

A situação, segundo Arbuthnot, impossibilitou que "sua querida e amada família dissesse adeus".

"Os passos que estabeleci acima são legais", acrescentou.

Alistair Chesser, diretor médico do grupo que administra o hospital, disse que seus pensamentos estão com a família de Archie e que está "garantindo que haja tempo para a família decidir se deseja apelar [na Justiça] antes que quaisquer alterações nos cuidados sejam feitas".

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