Julgamento de soldado britânico por assassinatos no Domingo Sangrento terá início em setembro
O único soldado britânico acusado de assassinato no chamado "Domingo Sangrento", em 1972, quando 13 católicos desarmados que manifestavam pelos direitos civis na Irlanda do Norte foram mortos, será julgado em setembro, informou a Justiça nesta sexta-feira.
O Domingo Sangrento tornou-se um dos momentos decisivos do conflito -- três décadas de violência sectária envolvendo nacionalistas que buscavam uma Irlanda unida, sindicalistas que queriam continuar a fazer parte do Reino Unido e as forças britânicas.
O soldado do Regimento Paraquedista, que não pode ser identificado e é conhecido como Soldado F, é acusado de assassinar William McKinney e James Wray, quando membros do regimento do Exército britânico mataram a tiros 13 manifestantes dos direitos civis nas ruas de Londonderry em 30 de janeiro de 1972.
O governo britânico pediu desculpas em 2010 pelas mortes "injustificadas e injustificáveis" dos manifestantes pacíficos.
O Soldado F já se declarou inocente de um total de sete acusações que enfrenta, incluindo cinco de tentativa de homicídio, em relação aos incidentes ocorridos há mais de 53 anos.
O juiz Justice Fowler disse em um tribunal em Londonderry que o julgamento deve começar em 15 de setembro. O Soldado F não precisou comparecer ao tribunal para os procedimentos.
"Congratulamo-nos com o fato de a data do julgamento ter sido marcada. Vamos continuar", disse à Reuters o irmão de William McKinney, Mickey McKinney. "Para nós, é importante que pelo menos um soldado esteja no tribunal".
