Justiça peruana decreta prisão preventiva de Pedro Castillo
Segundo decisão, medida é válida até dia 13 de dezembro
A justiça do Peru determinou a prisão preventiva por sete dias do ex-presidente Pedro Castillo, detido após tentar dar um golpe de Estado ao dissolver o Congresso na última quarta-feira (7).
"A Suprema Corte de Instrução Preparatória, a cargo do juiz Juan Carlos Checkley, deu sete dias de prisão preliminar contra o ex-presidente Pedro Castillo, investigado pelo crime de rebelião (alternativamente conspiração)", diz a nota publicada pela instituição nas redes sociais.
A determinação, válida até 13 de dezembro, veio após uma audiência realizada na tarde desta quinta-feira (8), em que o procurador nacional Marco Huamán alertou que há o risco de fuga de Castillo em caso de liberdade condicional.
A mídia local afirma que o ex-presidente tentou chegar à embaixada do México em Lima logo após anunciar a dissolução do Congresso e um governo de exceção para pedir asilo político. Os mexicanos, por sua vez, afirmaram que dariam o benefício caso fosse solicitado.
Por outro lado, a defesa do ex-presidente, liderada pelo ex-premiê Aníbal Torres, disse que Castillo não cometeu nenhum dos crimes dos quais é acusado e que não havia perigo de fuga do território peruano.
Torres ainda justificou que na hora da prisão o ex-mandatário não estava com o celular, só com um documento de identidade e cerca de 1,5 mil sóis peruanos na carteira (cerca de R$ 2 mil).
No dia em que o Congresso peruano estava votando a terceira ação de impeachment contra Castillo em apenas 16 meses, o então presidente anunciou a dissolução da Casa e a convocação de novas eleições o mais rápido possível.
No entanto, a medida não teve apoio nem dos políticos aliados e o mandatário foi destituído do cargo. Para seu lugar, assumiu a vice, Dina Boluarte, a primeira mulher a ser presidente do Peru.
O país sul-americano vive uma crise política interminável nos últimos 20 anos, com seus chefes de Estado renunciando ou sendo alvos de impeachments. Desde 2018, por exemplo, foram cinco os homens que assumiram a função, mas não completaram seus mandatos.
Além disso, praticamente todos os presidentes vivos das últimas duas décadas estão presos por crimes cometidos durante seus mandatos. .