Keiko Fujimori, filha de ditador, é presa no Peru
O caso envolve a empreiteira brasileira Odebrecht
A líder do partido peruano Força Popular, Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, foi presa na última quarta-feira (10), sob a acusação de lavagem de dinheiro.
A detenção, de caráter provisório, foi ordenada pelo juiz Richard Concepción Carhuancho, a pedido do Ministério Público do Peru. Keiko ficará presa por pelo menos 10 dias.
O caso diz respeito a supostas doações irregulares da empreiteira brasileira Odebrecht à campanha eleitoral da filha de Fujimori em 2011. Segundo a ordem de prisão, Keiko constituiu uma "organização criminosa no interior do partido Força 2011 [hoje Força Popular]".
Ela foi presa pouco depois de chegar ao Ministério Público para ser interrogada ao lado de seu marido, o norte-americano Mark Vito, que não foi detido. A Justiça também alegou perigo de fuga e risco de obstrução das investigações.
Na cadeia, Keiko escreveu uma carta dizendo que foi presa "sem fundamentos jurídicos" e que é vítima de uma "perseguição política". "Sem provas contra mim, estou privada de minha liberdade, com a cabeça erguida e o espírito de luta intacto", disse. Keiko já foi candidata à Presidência em duas ocasiões.
Na primeira, em 2011, perdeu para Ollanta Humala no segundo turno por 51,45% a 48,55%. Em 2016, a margem foi ainda mais apertada: Pedro Pablo Kuczynski a derrotou por 50,12% a 49,88%. Tanto Humala quanto Kuczynski são investigados por suspeita de recebimento de propina da Odebrecht, assim como outros dois ex-presidentes: Alan García e Alejandro Toledo.