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Kim contra Kim? O que diz o 'plano' para matar líder que a Coreia do Norte alega ter descoberto

5 mai 2017 - 15h21
(atualizado às 16h27)
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A escalada nas tensões entre Estados Unidos e Coreia do Norte ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira, quando o governo norte-coreano acusou os EUA e a Coreia do Sul de orquestrarem um "plano" para matar o líder Kim Jong-un.

Coreia do Norte revela suposto plano para assassinar líder do país
Coreia do Norte revela suposto plano para assassinar líder do país
Foto: Reuters

O suposto plano, segundo um comunicado norte-coreano, seria executado por um homem identificado apenas como "Kim", também norte-coreano, contratado pelos países "inimigos" para fazer o serviço.

O ataque seria feito com "substâncias bioquímicas", mas foi "frustrado" antes de ser executado, diz a Coreia do Norte. Não se sabe, porém, o paradeiro do homem chamado "Kim".

Até agora, nem a CIA, agência de inteligência americana, nem a Coreia do Sul se pronunciaram sobre o assunto.

Mas analistas dizem que uma operação desse nível seria muito difícil de planejar e executar, considerando-se o forte esquema de segurança em torno do líder coreano.

O plano

O governo norte-coreano não forneceu provas das acusações nem detalhes sobre como o plano teria sido descoberto.

Mas, em comunicado divulgado pelo Ministério de Segurança de Estado, diz que a CIA e a inteligência da Coreia do Sul elaboraram um "plano perverso para ferir o líder supremo (como os norte-coreanos se referem a Kim Jong-un) da República Democrática da Coreia do Norte".

O texto alega que seria usada uma "bomba terrorista" para alvejar o líder supremo durante um desfile militar ou em um evento no Palácio Kumsusan do Sol, o mausoléu de Kim II-sung, o fundador do regime norte-coreano.

Segundo o comunicado, "Kim" teria recebido a orientação de que o melhor método seria "usar substâncias bioquímicas, incluindo substâncias radioativas e nanosubstâncias venenosas, cujos resultados apareceriam depois de seis a 12 meses".

"Apenas a CIA poderia fazer algo desse tipo", diz o comunicado, acrescentando que a Coreia do Sul teria ajudado a financiar o plano. Ainda de acordo com o ministério, o homem norte-coreano contratado foi recrutado pelas inteligências americana e sul-coreana enquanto trabalhava na Rússia, em 2014.

O ministério diz que foram feitos dois pagamentos a "Kim", de US$ 20 mil, e mais outros dois de US$ 100 mil como "suborno" e para pagar os equipamentos. O comunicado também menciona outros US$ 50 mil, mas não fica claro se foram adicionais ao que já havia sido combinado.

Ao voltar para a Coreia do Norte, o homem teria sido instruído a providenciar informações detalhadas sobre um possível local onde o atentado poderia ser realizado.

O ministério disse que as "organizações de inteligência e de conspiração dos imperialistas dos EUA e seus fantoches" seriam "varridas".

Como o plano se desenrolaria? O enredo divulgado pelo Ministério de Segurança norte-coreano, via agência KCNA

Junho de 2014: Um norte-coreano que trabalha em uma fábrica de madeira no território de Khabarovsk, leste da Rússia, é "corrompido e subornado" pela CIA e por agentes de inteligência da Coreia do Sul. O homem - "Kim" - recebe o dinheiro e um "receptor e transmissor de satélite" e volta a Pyongyang, capital da Coreia do Norte.

Janeiro, maio, agosto e setembro de 2016: "Kim" estabelece contato por satélite com agentes da Coreia do Sul e conversa sobre o manuseio dos agentes bioquímicos e sobre os possíveis locais da tentativa de assassinato.

Março e abril de 2017: "Kim" encontra um agente sul-coreano na cidade de Dandong, na China, e recebe um novo transmissor e mais dinheiro. As conversas se ampliam em abril. A última data que aparece nos registros norte-coreanos são de início de maio, quando "Kim" deveria receber o "equipamento necessário" em um "centro de ligação" que foi montado com o dinheiro recebido dos dois países. Não foram divulgados mais detalhes sobre a atual situação de "Kim", nem se ele foi preso ou se foi encontrado.

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