Kim e Trump chegam a Singapura para cúpula histórica
O encontro acontecerá no próximo dia 12 de junho
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegaram neste domingo (10) a Singapura para a aguardada cúpula da próxima terça-feira (12).
Kim viajou a bordo de um Boeing 747-4J6 da companhia aérea Air China usado por Pequim para transportar funcionários do governo, inclusive o presidente Xi Jinping. O líder preferiu usar um avião mais novo e confiável do que os Ilyushins soviéticos da empresa estatal norte-coreana, a Air Koryo.
Já Trump chegou no Air Force One, em um voo iniciado no Canadá, onde participara da cúpula do G7. "Bem-vindo, presidente Kim Jong-un, que acaba de chegar a Singapura", escreveu o ministro das Relações Exteriores da cidade-Estado, Vivian Balakrishnan. Em seguida, Kim foi recebido pelo primeiro-ministro Lee Hsien Loong.
A comitiva do líder inclui Kim Yong-chol, vice-presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte e recentemente recebido por Trump na Casa Branca. "O mundo inteiro está olhando este histórico encontro", declarou Kim.
A cúpula pode marcar o início da desnuclearização da península e até mesmo começar um percurso que dê fim definitivo à Guerra da Coreia, paralisada em 1953 por um cessar-fogo. No entanto, os dois líderes chegam a Singapura com expectativas distintas.
Trump quer que Kim se desfaça de todas as suas armas nucleares, e membros do alto escalão da Casa Branca, incluindo o vice-presidente Mike Pence, já citaram o modelo da Líbia como exemplo - Muammar Kadafi entregou seu arsenal atômico, mas seria derrubado anos depois.
Já o líder da Coreia do Norte quer que seu país seja reconhecido como um Estado nuclear e exige a saída das forças militares dos EUA da Coreia do Sul. O próprio Trump já admitiu que, se as conversas não avançarem, ele abandonará a cúpula antes do fim.
O convite para o encontro partiu de Kim, em março passado, em meio ao processo de reaproximação entre Norte e Sul. Desde então, o líder já se reuniu com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em duas ocasiões, mas a cúpula com Trump chegou a ficar ameaçada pelos exercícios militares conjuntos entre Seul e Washington.
Nos últimos meses, Pyongyang libertou prisioneiros norte-americanos e desativou uma central de testes nucleares, mas ainda não deu nenhum sinal de que planeje abrir mão de seu arsenal atômico.
A cúpula de 12 de junho ocorrerá às 9h da manhã (22h de 11 de junho em Brasília), no hotel cinco estrelas Capella, na ilha de Sentosa, famoso destino turístico de Singapura. Os custos da organização do encontro são estimados em US$ 20 milhões, mas a cidade-Estado já disse estar disposta a bancar os recursos, como uma "contribuição para a paz".
"Desejo novamente que chegue ao amado povo coreano um pensamento particular na amizade e na oração. As conversas que terão lugar em Singapura podem contribuir ao desenvolvimento de um percurso positivo que garanta um futuro de paz para a Península Coreana e para o mundo inteiro", afirmou o papa Francisco neste domingo.