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Kremlin chama de "perigosos" comentários de Stoltenberg sobre ataques com mísseis contra Rússia

18 set 2024 - 10h37
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O Kremlin descreveu na quarta-feira como "perigosos" os comentários de Jens Stoltenberg, chefe da Otan que está de saída, de que uma decisão do Ocidente de permitir que a Ucrânia use armas ocidentais de longo alcance para atacar a Rússia não seria uma linha vermelha que provocaria uma escalada de Moscou.

Há meses, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy vem implorando aos aliados que permitam que a Ucrânia dispare mísseis ocidentais, incluindo os ATACMS de longo alcance dos EUA e os Storm Shadows britânicos, contra a Rússia para limitar a capacidade de Moscou de lançar ataques.

Em uma entrevista ao The Times publicada na terça-feira, Stoltenberg rejeitou um alerta do presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada, de que permitir que a Ucrânia use essas armas para atacar dentro do território russo significaria que o Ocidente estaria lutando diretamente contra a Rússia.

"Houve muitas linhas vermelhas declaradas por ele antes, e ele não escalou, o que significa também envolver os aliados da Otan diretamente no conflito", disse Stoltenberg, cujo mandato como chefe da aliança militar termina em outubro.

"Ele não tem feito isso porque sabe que a Otan é a aliança militar mais forte do mundo. Eles também sabem que as armas nucleares, a guerra nuclear, não podem ser vencidas e não devem ser colocadas na disputa. E nós deixamos isso bem claro para ele várias vezes."

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou aos repórteres que as falas de Stoltenberg são perigosas.

"Esse desejo ostensivo de não levar a sério as declarações do presidente russo é uma atitude totalmente míope e pouco profissional", disse Peskov.

A posição de Stoltenberg é "extremamente provocativa e perigosa", acrescentou Peskov.

Um oficial militar sênior da Otan disse no fim de semana que a Ucrânia teria boas razões militares para atacar mais profundamente a Rússia usando armas ocidentais. Os aliados de Kiev, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, estão atualmente discutindo se devem dar a Kiev o sinal verde para isso.

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