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Kremlin diz que Rússia não foi acusada em caso contra ex-assessores de Trump

31 out 2017 - 15h24
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O Kremlin disse nesta terça-feira que as acusações feitas contra Paul Manafort, ex-gerente de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outro assessor mostraram que Moscou foi difamada injustamente por interferir na eleição presidencial do ano passado nos EUA.

Porta-voz do Kremlin Peskov durante evento em Sochi
 11/10/2017    REUTERS/Maxim Shemetov
Porta-voz do Kremlin Peskov durante evento em Sochi 11/10/2017 REUTERS/Maxim Shemetov
Foto: Reuters

Investigadores federais que analisam a suposta intromissão russa na votação, algo que a Rússia nega, indiciaram Manafort e Rick Gates por lavagem de dinheiro na segunda-feira.

Mas apesar de terem sido feitas como parte de uma investigação de cinco meses sobre os supostos esforços russos para influenciar a eleição em favor de Trump e sobre um possível conluio de assessores do presidente, as acusações, algumas das quais remontam há mais de uma década, se centraram no trabalho de Manafort para um governo anterior da Ucrânia, não da Rússia.

A notícia foi bem recebida na Rússia, onde as autoridades estão acompanhando a investigação atentamente, já que indícios públicos de interferência russa - algo que até agora não foi apresentado - certamente resultariam em sanções norte-americanas mais duras contra Moscou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ressaltou a ausência de alegações contra seu país no indiciamento contra Manafort e Gates, afirmando nesta terça-feira que Moscou sempre disse que jamais se intrometeu na eleição dos EUA.

Esta asserção é questionada por agências de inteligência norte-americanas, que dizem inequivocamente que Moscou interferiu na votação de novembro de 2016.

"... A Rússia não consta das acusações que foram feitas de nenhuma maneira. Outros países e outras pessoas constam", disse Peskov em uma teleconferência com repórteres.

"Moscou nunca se sentiu culpado para se sentir exonerado agora", respondeu quando indagado se o Kremlin interpretou o indiciamento como prova de que suas negativas contínuas de interferência na eleição presidencial eram verdadeiras.

Na segunda-feira o principal noticiário noturno da televisão russa adotou uma linha semelhante, dizendo que "agora está claro que não havia nada" nas alegações de que Manafort teria mantido contato com autoridades russas para tentar influir no pleito.

A investigação é um assunto interno dos EUA, disse Peskov, mas Moscou o acompanha com interesse.

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