Kremlin rejeita sugestão da Armênia de que Rússia está abandonando sul do Cáucaso
O Kremlin rejeitou nesta terça-feira uma sugestão do primeiro-ministro da Armênia de que a Rússia tem falhado em proteger seu país no impasse com o vizinho Azerbaijão e está diminuindo a presença no sul do Cáucaso.
Em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica publicada no domingo, o premiê armênio, Nikol Pashinyan, acusou a Rússia de não ter conseguido garantir a segurança da Armênia contra o que ele disse ser uma agressão do Azerbaijão na região separatista de Nagorno-Karabakh.
Yerevan tem se queixado repetidamente de que as forças de paz russas permitiram durante nove meses que os azeris bloqueassem o "corredor de Lachin", a única estrada que liga Nagorno-Karabakh à Armênia, causando escassez de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres nesta terça-feira que a Rússia, que possui uma base militar na Armênia e enviou forças de manutenção da paz para defender um acordo de cessar-fogo, continuará a ser um "garantidor da segurança" na região.
Pashinyan disse que a Armênia sente que a Rússia está recuando do sul do Cáucaso, que inclui o Azerbaijão e a Geórgia. Ele também sugeriu que Moscou tem sido incapaz de satisfazer todas as necessidades de segurança armênias devido às suas próprias necessidades para a guerra na Ucrânia.
"Não podemos concordar com estas teses", disse Peskov. "A Rússia é uma parte absolutamente integrante desta região... A Rússia desempenha um papel consistente e muito importante na estabilização da situação nesta região... e continuaremos a desempenhar esse papel."
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em um briefing separado, chamou os comentários de Pashinyan de "retórica pública beirando a grosseria" e disse que, em vez de culpar os outros, Yerevan deveria assumir a responsabilidade por suas próprias ações.
Ela também disse que Moscou deseja que a ajuda humanitária chegue ao enclave sem impedimentos.