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La Russa gera polêmica na Itália ao criticar ataque a nazistas

Presidente do Senado disse que ofensiva foi 'pouco nobre'

1 abr 2023 - 12h11
(atualizado às 12h29)
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O presidente do Senado da Itália, Ignazio La Russa, um dos fundadores do partido Irmãos da Itália (FdI) da premiê Giorgia Meloni, foi duramente criticado pela oposição italiana após classificar como "pouco nobre" o ataque de um grupo de guerrilheiros contra um batalhão do Exército nazista ocorrido em 23 de março de 1944 na via Rasella, em Roma, que culminou no Massacre de Fosse Ardeatine.

"A Via Rasella foi uma página (na história) da resistência que não foi nada nobre", disse La Russa ao podcast Terraverso do jornal Libero, acrescentando que os mortos não eram nazistas.

O senador, cuja carreira política começou no pós-fascista Movimento Social Italiano (MSI), explicou que se tratou de um "ataque enganoso" apesar de ele próprio já ter participado de homenagens aos partidários da resistência contra a invasão nazista.

Ao ser questionado sobre a polêmica causada por Meloni ao dizer que as 335 vítimas do massacre de Ardeatine foram mortas porque eram italianos, e não porque eram antifascistas, ele disse que este era um "ataque forjado" e "vergonhoso".

"Eles (os guerrilheiros) estavam bem cientes do risco de represálias contra cidadãos romanos, antifascistas e outros", enfatizou.

O Massacre de Ardeatine foi ordenado pelo próprio Adolf Hitler em 1944 ao saber do ataque à Via Rasella, no qual morreram 28 soldados da Werhmacht. Na ocasião, ele determinou a execução de pelo menos 10 italianos para cada alemão morto em retaliação.

As declarações de La Russa foram alvos de críticas por diversos políticos da Itália, que pediram sua renúncia. Elly Schlei, líder do Partido Democrático (PD), maior sigla de esquerda do país, ressaltou que chamar a tragédia de "uma ataque ignóbil é inaceitável e indigno" tendo em vista o seu alto cargo. "Foram palavras indecentes, inaceitáveis para o papel que ele ocupa", disse Schlein.

"O que La Russa disse não é uma gafe", tuitou o parlamentar do PD Marco Furfaro, lembrando que esta "é a enésima tentativa de reescrever a história, com o objetivo desprezível de colocar a resistência partidária e os nazistas e fascistas no mesmo nível".

Já o presidente da Associação Nacional dos Partisans Italianos (Anpi), Gianfranco Pagliarulo, afirmou que "as palavras de La Russa são simplesmente indignas do alto cargo que ocupa e representam mais uma brecha muito séria destinada a absolver o fascismo e deslegitimar a Resistência".

"Ignazio La Russa deve estar ciente de sua renúncia ao cargo de presidente do Senado após suas palavras sobre a via Rasella porque ele é claramente inadequado para o cargo que ocupa", enfatizou Pagliarulo.

Após a polêmica, o presidente do Senado italiano admitiu neste sábado (1º) ter errado "em não apontar que os alemães mortos na via Rasella eram soldados nazistas, mas achei que óbvio, além de conhecido".

"Não sei se a notícia, publicada várias vezes e que eu dava como certa, de que os reservistas sul-tiroleses incluídos na polícia alemã também faziam parte da banda militar do corpo está realmente errada. Com exceção das pessoas que comentaram de forma enganosa e de má fé, quero, em vez disso, pedir desculpas àqueles que, mesmo com base em relatos imprecisos, encontraram motivos para se sentir ofendidos", concluiu La Russa.

No entanto, para Schlein, este pedido de desculpas não é suficiente "porque todos os dias ouvimos declarações muito sérias de pessoas que ocupam cargos importantes". .

Ansa - Brasil
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