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Le Pen acusa esquerda de incitar protesto ao estilo "Capitólio" na França

10 jul 2024 - 07h59
(atualizado às 10h47)
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A líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen traçou nesta quarta-feira paralelos entre o apelo de um político de extrema-esquerda para uma marcha em direção ao gabinete do primeiro-ministro e o ataque ao Capitólio por apoiadores do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Os comentários marcaram um endurecimento do tom por parte de Le Pen, que classificou a votação tática na eleição parlamentar inconclusiva de domingo como uma conspiração do establishment para manter o partido dela fora do poder.

O resultado da eleição, na qual a Nova Frente Popular (NFP), de esquerda, se beneficiou com uma conquista surpreendente, mas nenhum grupo obteve maioria absoluta, mergulhou a França na incerteza, sem um caminho óbvio para um governo estável.

Le Pen disse que a NFP tem "atitudes quase subversivas, uma vez que apela à tomada de Matignon à força, pelo que pudemos compreender", referindo-se ao gabinete do primeiro-ministro.

"É o ataque deles ao Capitólio", acrescentou Le Pen, numa referência a quando os apoiadores de Trump invadiram o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, numa tentativa de reverter sua derrota eleitoral.

A extrema-esquerda França Insubmissa, que faz parte da NFP, rejeitou imediatamente a acusação.

Depois que o presidente Emmanuel Macron pediu ao primeiro-ministro centrista Gabriel Attal que permanecesse por enquanto para cuidar dos assuntos atuais, o ex-parlamentar da França Insubmissa Adrien Quatennens acusou Macron de querer "roubar" a vitória da esquerda e sugeriu uma "grande marcha popular" ao gabinete do primeiro-ministro.

Quatennens disse que Le Pen estava "louca" ao ver seu post para uma marcha como um apelo à insurreição.

Le Pen passou os últimos anos buscando melhorar a imagem de um partido outrora conhecido por suas atitudes xenófobas e antissemitas e agora tem de decidir que direção tomar se quiser avançar e ganhar o poder nas eleições presidenciais de 2027.

As pesquisas de opinião projetavam que seu Reunião Nacional (RN), anti-imigração e eurocético, venceria as eleições de domingo, mas o RN terminou em terceiro, atrás da NFP e dos correligionários centristas de Macron.

A NFP, que reúne França Insubmissa, os Comunistas, os Verdes e os Socialistas, continuou as conversações para tentar chegar a acordo sobre um gabinete e planos políticos.

Em meio a alertas das agências de classificação, os mercados financeiros, a Comissão Europeia e os parceiros franceses da zona euro estão todos observando atentamente para ver se o impasse pode ser resolvido.

Para complicar ainda mais a situação, os líderes de cada campo discordavam sobre com quem entrar em contato para tentar chegar a um acordo. As tensões dentro dos partidos também cresceram à medida que os membros lutam por influência na reconstrução de um cenário político destruído pela eleição antecipada.

E qualquer governo - de esquerda, de centro ou de uma coalizão mais ampla - poderá ser rapidamente vítima de um voto de confiança da oposição se não tiver garantido um apoio sólido suficiente.

"Hoje, nos encontramos em um atoleiro, já que ninguém consegue saber de que posição virá o primeiro-ministro ou que política será adotada para o país", disse Marine Le Pen aos repórteres ao chegar ao Parlamento.

Macron, cujo mandato termina em 2027, convocou a votação parlamentar depois que seu partido foi derrotado pela extrema-direita nas eleições da União Europeia no mês passado e disse que isso esclareceria o cenário - o que não aconteceu.

"Para dizer o mínimo, isso não é um grande sucesso para Emmanuel Macron", brincou Le Pen.

ALTERNATIVAS

Seria normal que Macron convocasse o maior grupo parlamentar para formar um governo, mas nada na constituição o obriga a fazer isso.

As opções incluem uma ampla coalizão e um governo minoritário, que aprovaria leis no Parlamento caso a caso. 

Fontes políticas disseram à Reuters que os telefones estão tocando constantemente, com alguns centristas esperando agora que possam chegar a um acordo com os conservadores e deixar a esquerda de fora.

"Acho que há uma alternativa à Nova Frente Popular", disse Aurore Bergé, uma parlamentar sênior do grupo de Macron, à France 2 TV. "Acho que os franceses não querem que a plataforma da NFP seja implementada, acho que eles não querem aumentos de impostos."

"Somos os únicos que podem ampliar (nossa base)", afirmou ela.

Enquanto isso, os líderes de esquerda também apareceram para enfatizar que, tendo vencido a eleição, eles deveriam comandar o governo. Mas sem um acordo ainda sobre quem poderia ser o primeiro-ministro, eles agora enfrentam uma concorrência crescente da direita e do centro.

Carole Delga, do Partido Socialista, ressaltou que a esquerda, por si só, não pode governar e deve estender a mão a outros - mas com base no programa de impostos e gastos da NFP.

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