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Órgão da ONU critica legalização da maconha recreativa

A legalização aumenta a disponibilidade da droga e reduz o risco percebido, de acordo com Junta Internacional

11 mar 2019 - 14h49
(atualizado às 16h29)
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Na última terça-feira, órgão da ONU responsável por monitorar o cumprimento dos tratados sobre drogas alertou contra a banalização dos riscos à saúde pelo consumo da maconha, ao informar sobre o debate internacional sobre a adoção de leis mais permissivas para o uso da cannabis.

Foi apresentado em Viena, na Áustria, o relatório anual da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), dedicado aos "desentendimentos" que órgão considera que estão em torno de várias iniciativas legislativas no mundo, principalmente no continente americano.

Foto: Por hanohiki/Shutterstock
Foto: Por hanohiki/Shutterstock
Foto: Getty Images / Minha Vida

O uso da cannabis só é permitido para fins médicos, segundo os tratados internacionais contra as drogas. "A legalização da cannabis com fins recreativos, como se viu em um pequeno número de países, representa não só uma dificuldade para a aplicação universal dos tratados, mas também um problema importante para a saúde e o bem-estar, em particular dos jovens", esclareceu em entrevista coletiva o presidente da Jife, Viroj Sumyai.

A Jife é definida como um órgão independente tanto dos governos como das Nações Unidas, que contém 13 especialistas eleitos pelo Conselho Social e Econômico, prestadores de serviços de acordo com suas capacidades profissionais, não como representantes de governos, para o cumprimento dos tratados. Dessa forma, alguns analistas acreditam que a Jife é conservadora, já que critica qualquer iniciativa que se afaste das convenções sobre drogas.

O órgão censura o Uruguai e o Canadá (dois países que legalizaram a venda de maconha para fins recreativos), assim como vários estados dos Estados Unidos que também tomaram essa iniciativa.

Uruguai e Canadá adotaram essa legislação inovadora pois acreditam que com a regulamentação da venda, podem enfraquecer o mercado negro que cresce cada vez mais e alimenta a economia ilegal.

"A aplicação universal e plena dos tratados corre um grave perigo porque alguns Estados-parte, como o Canadá e o Uruguai (assim como vários estados dos Estados Unidos), legalizaram o consumo de cannabis com fins não médicos", diz o relatório.

De acordo com a Jife, a legalização aumenta a disponibilidade da droga e reduz o risco percebido e a reprovação social de seu consumo, que pode causar diversos desde perda de memória a transtornos psicóticos.

"A diminuição dos riscos percebidos do consumo de maconha e um marketing social ativo por parte da indústria da cannabis traz grandes desafios para a prevenção do consumo", conclui o relatório.

Como a maconha age no organismo?

A ação dos canabinóides no organismo se torna possível graças à existência de receptores naturais para essas substâncias, que são moléculas situadas nas membranas celulares, às quais se ligam os canabinoides.

"Dessa maneira, os componentes da Cannabis podem agir nessas áreas, de acordo com sua afinidade, como uma chave em uma fechadura", exemplifica Karina Diniz, professora do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Leia mais sobre a maconha, clicando aqui!

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