Líder da Catalunha ameaça derrubar Sánchez por referendo
Em resposta, governo espanhol afirmou que não recebe ultimatos
O presidente regional da Catalunha, Quim Torra, ameaçou nesta terça-feira (2) retirar o apoio parlamentar ao primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, caso ele não assuma "compromissos concretos" e haja uma proposta de referendo de "autodeterminação" até novembro. "A paciência dos catalães não é infinita e oferecemos de novo a Sánchez a possibilidade de fazer uma proposta sobre como vai facilitar o exercício do direito à autodeterminação da Catalunha", afirmou Torra.
O líder catalão ainda ressaltou que enviará uma nova carta ao premier espanhol para pedir uma reunião "urgente". "Sánchez tem que assumir compromissos concretos e corajosos. Basta de imprecisão", disse.
Segundo Torra, se "não houver uma proposta para exercer o direito de autodeterminação de maneira acordada, vinculativa e reconhecida internacionalmente antes de novembro, o independentismo não poderá garantir qualquer tipo de estabilidade a Sánchez".
Apesar de ter apoio apenas de 84 em 350 deputados, o primeiro-ministro conseguiu chegar ao poder após aprovar uma moção de censura contra Mariano Rajoy e obter o apoio dos independentistas catalães da Esquerda Republicana da Catalunha e do Partido Democrata Europeu Catalão, entre outros.
Entre as propostas de Sánchez ao presidente da Catalunha, há a criação de um novo estatuto na região autônoma. "A solução não é um novo estatuto. Eu nunca renunciarei a cumprir com o mandato do 1 de outubro porque o direito de autodeterminação não pertence a mim, nem ao governo catalão nem ao parlamento catalão. É um direito inalienável do povo da Catalunha", afirmou.
Torra ainda afirmou que "um referendo pode ganhar ou perder, mas a democracia sairá sempre reforçada". Em resposta às declarações, a ministra da Educação e porta-voz do governo espanhol, Isabel Celaá, rebateu Torra e declarou que o Executivo "não aceita ultimatos e mantém a sua resolução em continuar pela via do diálogo" no território catalão. Além disso, ela recomendou "serenidade e calma" ao líder.