Líder de protestos em Belarus diz que foi ameaçada de expulsão "viva ou em pedaços"
A líder de oposição de Belarus Maria Kolesnikova disse que agentes de segurança colocaram um saco sobre sua cabeça e ameaçaram matá-la quando tentaram deportá-la à força para a Ucrânia nesta semana, de acordo com uma queixa apresentada por seu advogado na quinta-feira.
Kolesnikova, uma das líderes mais proeminentes dos protestos de um mês contra a reeleição contestada do presidente Alexander Lukashenko, impediu a tentativa de expulsá-la rasgando seu passaporte.
Ela emergiu como uma heroína para o movimento de protestos que tenta derrubar o governo de 26 anos de Lukashenko, e um alvo importante para as autoridades que a detiveram sob acusações de tentativa ilegal de tomar o poder na ex-república soviética.
Ela disse em seu depoimento que temeu genuinamente por sua vida durante a tentativa fracassada de deportação.
"Em particular, foi declarado que se eu não deixasse voluntariamente a República de Belarus, seria retirada de qualquer maneira, viva ou em pedaços. Também houve ameaças de me prender por até 25 anos", disse Kolesnikova.
Disseram-lhe que haveria "problemas" para ela enquanto fosse mantida sob guarda ou na prisão, segundo ela.
"As pessoas indicadas (agentes de segurança) proferiram ameaças à minha vida e saúde, que considerei reais", disse.
Sua advogada, Lyudmila Kazak, apresentou uma queixa criminal contra as autoridades bielorrussas, incluindo a polícia de segurança KGB, por sequestro, detenção ilegal e ameaças de assassinato, disse o portal de notícias Tut.By.
A denúncia foi encaminhada ao Comitê de Investigação estatal. Questionado sobre o assunto, um representante do comitê, Sergei Kabakovich, disse: "No momento, não tenho informações sobre isso."
Maria Kolesnikova está detida agora na capital Minsk, onde Kazak disse que estava sendo questionada na quinta-feira. Kazak atendeu sua cliente em um centro de detenção pré-julgamento na quarta-feira, e disse que ela tinha hematomas no corpo.
Lukashenko nega ter fraudado a eleição de 9 de agosto, cujos resultados oficiais indicam que ele venceu por uma vitória esmagadora, e tem reprimido duramente os manifestantes que exigem sua renúncia. Ele se recusa a conversar com a oposição, dizendo que ela está empenhada em destruir o país.