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Líder de protestos na Bolívia fica retido em aeroporto devido a presença de apoiadores de Morales

5 nov 2019 - 09h05
(atualizado às 12h15)
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Um líder boliviano de oposição que pede a renúncia do presidente Evo Morales ficou retido em um aeroporto próximo da capital La Paz, nesta terça-feira, por temer por sua segurança depois que multidões pró-governo se reuniram do lado de fora.

Manifestantes erguem cartaz representando Luis Fernando Camacho e Evo Morales durante protesto em Santa Cruz, na Bolívia
04/11/2019
REUTERS/Rodrigo Urzagasti
Manifestantes erguem cartaz representando Luis Fernando Camacho e Evo Morales durante protesto em Santa Cruz, na Bolívia 04/11/2019 REUTERS/Rodrigo Urzagasti
Foto: Reuters

Luis Fernando Camacho havia voado de seu reduto de Santa Cruz a La Paz com uma carta de renúncia pré-escrita para Morales, depois de exortar compatriotas em um evento realizado na noite de segunda-feira a "paralisarem" instituições do governo.

O ato veio na esteira de mais de duas semanas de protestos e greves contra uma vitória eleitoral polêmica de Morales no mês passado, que levou o país a uma crise persistente.

Camacho, que emergiu como uma figura opositora influente, disse no Twitter nas primeiras horas desta terça-feira que não conseguiu sair do aeroporto internacional El Alto devido a ameaças em potencial de apoiadores de Morales que aguardavam do lado de fora.

Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que está auditando a votação de 20 de outubro, pediu às autoridades da Bolívia que garantam sua liberdade de movimento.

Morales, líder de esquerda há tempos no poder, está enfrentando uma pressão crescente de grupos da oposição que insistem para que ele renuncie ou permita uma nova eleição.

Ele venceu o pleito com uma vantagem de pouco mais de 10 pontos, o que lhe concedeu uma vitória no primeiro turno, mas o triunfo foi ofuscado por uma suspensão de quase 24 horas na contagem, que, quando retomada, mostrou uma mudança súbita e inexplicável a seu favor.

A OEA já havia recomendado um segundo turno.

O primeiro presidente indígena da Bolívia, que tomou posse em 2006, defende sua eleição e apoiou a auditoria da OEA para resolver a crise, que desencadeou interdições nas cidades e confrontos nas ruas que causaram algumas mortes.

O governo disse em um comunicado emitido nesta terça-feira que, assim que soube da chegada de Camacho a El Alto, mobilizou policiais para protegê-lo. No momento do comunicado, afirmou, ele estava em uma área segura do aeroporto.

A Reuters não conseguiu fazer contato imediato com Camacho para obter comentários.

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