Líderes do Sudão do Sul chegam ao Vaticano para retiro
Objetivo é favorecer acordo de paz assinado em 2018
O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e outros líderes do país chegaram na noite desta segunda-feira (8), em Roma, para participar de um "retiro espiritual" no Vaticano, a convite do papa Francisco. De acordo com o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, a cúpula será realizada nos dias 10 e 11 de abril, na Casa Santa Marta, e contará com a presença de Kiir, do principal líder da oposição, Riek Machar, além dos vice-presidentes, James Wani Igga, Taban Deng Gai e Rebecca Nyandeng De Mabior.
Autoridades eclesiásticas do país também participarão do encontro, sendo oito membros do Conselho de Igrejas do Sudão do Sul. Os pregadores do retiro serão o arcebispo de Gulu, Uganda, dom John Baptist Odama, e o presidente da Conferência dos Superiores Maiores da África e Madagascar, padre Agbonkhianmeghe Orobator.
A decisão de fazer o retiro foi tomada pelo Pontífice após aprovar a proposta apresentada pelo arcebispo de Cantuária, Justin Welby, primaz da Igreja Anglicana, informou Gisotti. Segundo ele, o evento quer oferecer uma ocasião para reflexão e oração, e também para o encontro e reconciliação, "num espírito de respeito e confiança".
O objetivo é promover a implantação do acordo de paz assinado por Kiir e Machar, em agosto de 2018. Além disso, a ideia é "fortalecer a confiança entre os líderes" para a formação de um novo executivo de transição, onde todas as partes seriam representadas. Kiir e Machar negociam a formação de um governo de transição para o próximo dia 12 de maio, de modo a encerrar um conflito que já dura mais de cinco anos.
Na próxima quinta-feira (11), no último dia do retiro, Francisco pronunciará um discurso. Logo depois, será entregue a todos os participantes do encontro uma Bíblia assinada pelo líder da Igreja Católica, por Welby e pelo reverendo John Chlmers, ex-moderador da Igreja Presbiteriana da Escócia, com a mensagem "Procure o que une. Supere o que divide".
Por fim, os líderes do Sudão do Sul, que assumirão o compromisso comum com a paz, receberão uma bênção.