Líderes reagem à saída do Reino Unido da União Europeia
Divórcio começa a valer a partir desta sexta-feira (31)
No dia em que o Reino Unido sairá finalmente da União Europeia (UE), mais de três anos depois de um debate que dividiu os britânicos, diversos líderes e políticos mundiais reagiram ao chamado Brexit nesta sexta-feira (31).
O ex-primeiro-ministro da Itália e atual Comissário Europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, afirmou que a data "será histórica e triste". "Que o despertar traga mais força e confiança a quem ama a Europa", escreveu em sua conta no Twitter. Para o líder do Partido Democrático (PD), Nicola Zingaretti, a "saída do Reino Unido da União Europeia é um dia triste para todos aqueles que acreditam no projeto de integração europeia". "Continuaremos lutando por uma Europa aberta e solidária, na qual todos os cidadãos europeus podem sentir-se em casa onde quer que residam", acrescentou o político italiano no Facebook. O presidente da França, Emmanuel Macron, por sua vez, classificou que o processo de divórcio "é um choque" e um "sinal de alarme histórico" para a Europa inteira porque provoca reflexão. "Este Brexit é possível porque frequentemente fizemos da Europa um bode expiatório das nossas próprias dificuldades, e também porque não mudamos a nossa Europa de forma suficiente", ressaltou o líder francês durante declaração no Palácio do Eliseu.
"É um dia triste e não o escondemos", mas que deve também nos conduzir a proceder de maneira diferente", finalizou Macron.
Hoje, os presidentes da Comissão, Parlamento e Conselho europeus chegaram a se reunir em Londres para debater o futuro da Europa.
Segundo David Sassoli, presidente do Parlamento Europeu, esta sexta-feira "é um dia peculiar para a Europa, em que começa uma nova fase. À meia-noite, o Reino Unido sairá da UE e, após três anos de discussões, faremos um balanço com os nossos amigos britânicos. A União Europeia acabou por se beneficiar desta situação, uma vez que se tornou ainda mais unida".
Já Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, concordou com o italiano e afirmou que "este é um dia excepcional para a União Europeia", e provavelmente todos têm "sentimentos mistos".
"Nunca é um momento feliz quando alguém parte, mas estamos abrindo um novo capítulo e vamos dar toda a nossa energia para a construção de uma União Europeia mais forte e mais ambiciosa", definiu.
A partir das 23h, a segunda maior economia da UE não será mais considerada um Estado-membro do mais bem-sucedido projeto de integração política, social e econômica do mundo.