Luigi Mangione se declara inocente de morte de CEO do setor de seguros de saúde
Luigi Mangione, o homem acusado de matar a tiros o executivo Brian Thompson, do UnitedHealth Group, em uma rua de Manhattan, declarou-se inocente nesta segunda-feira das acusações de assassinato apresentadas pelo Estado de Nova York que o classificam como terrorista.
Mangione, de 26 anos, foi escoltado até a sala de audiências do 13º andar do tribunal criminal do Estado de Nova York, no sul de Manhattan, com um oficial de justiça em cada lado e uma procissão de meia dúzia de agentes no encalço. Ele estava algemado e usava um suéter cor de vinho sobre uma camisa de colarinho branca.
Mangione inclinou-se sobre o microfone e disse "inocente" quando lhe perguntaram como ele se declarava em relação à acusação de 11 crimes -- três de assassinato e assassinato como ato de terrorismo entre elas.
Se condenado, ele pode receber uma sentença máxima de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
O assassinato ousado e a caçada de cinco dias que se seguiu chamaram a atenção dos norte-americanos. Embora autoridades públicas tenham condenado o crime, alguns cidadãos, que criticam os altos custos da saúde e o poder das seguradoras para negar tratamentos médicos, transformaram Mangione em um herói popular.
Mangione foi preso em um restaurante McDonald's em Altoona, Pensilvânia, em 9 de dezembro. Após decidir na semana passada não contestar a extradição, ele foi transferido para Nova York, onde desembarcou de um helicóptero em Manhattan, escoltado por um grande contingente de policiais e pelo prefeito de Nova York, Eric Adams.
Esse espetáculo e outras declarações de autoridades públicas sugerem que Mangione pode não conseguir um julgamento justo, afirmou sua advogada, Karen Friedman Agnifilo, durante a audiência.
"Estão o tratando como se fosse algum tipo de peça política, algum tipo de espetáculo", disse Agnifilo. "Ele não é um símbolo, ele é uma pessoa que tem direito a um julgamento justo".
Do lado de fora do tribunal, várias dezenas de pessoas se reuniram, apesar do frio, para expressar apoio a Mangione e protestar contra as empresas de saúde.
Uma pessoa segurava um cartaz com os dizeres "NEGAR, DEFENDER, DEPOR", palavras que, segundo a polícia, foram gravadas em cápsulas de balas encontradas na cena do crime. As palavras fazem referência às táticas atribuídas às seguradoras para evitar o pagamento de indenizações.
Após uma audiência de 30 minutos, Mangione foi novamente algemado e levado para fora do tribunal. Ele está detido no Metropolitan Detention Center, prisão federal no Brooklyn. O juiz marcou a próxima audiência de Mangione para 21 de fevereiro.
Mangione também responde a uma queixa criminal federal com quatro acusações por perseguir e matar Thompson. Ainda não foi solicitado que ele se declare em relação a essas acusações. A juíza magistrada dos EUA, Katharine Parker, ordenou a detenção de Mangione em uma apresentação em 19 de dezembro sobre essas acusações.