Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Lula cobra de Maduro dados detalhados de votação: 'Como resolve essa briga? Apresenta a ata'

Presidente brasileiro se pronunciou pela primeira vez nesta terça-feira (30/7) sobre o impasse na eleição presidencial na Venezuela.

30 jul 2024 - 18h52
(atualizado às 19h12)
Compartilhar
Exibir comentários
Lula começou seu terceiro mandato buscando reintegrar Maduro aos debates na América Latina
Lula começou seu terceiro mandato buscando reintegrar Maduro aos debates na América Latina
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou pela primeira vez nesta terça-feira (30/7) sobre o impasse na eleição presidencial na Venezuela, realizada no domingo.

O resultado oficial, apresentado pelo Comitê Nacional Eleitoral (CNE), aponta o atual presidente, Nicolás Maduro, como vencedor, com 51,2% dos votos.

Mas a oposição e autoridades estrangeiras dizem ter havido fraude e que o vencedor foi o oposicionista Edmundo Gonzalez.

"É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata", disse Lula em entrevista exclusiva à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso.

"Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo", afirmou Lula, segundo o portal G1, que publicou trechos da entrevista na tarde desta terça-feira.

Nas eleições venezuelanas, as atas são boletins que registram os votos em cada urna. Elas ainda não foram apresentadas pelas autoridades do país. O governo da Venezuela diz que houve um ataque de hackers ao sistema.

Lula indicou que só reconhecerá o resultado eleitoral após a apresentação das atas.

"Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela", disse o presidente.

Posição do Itamaraty

A fala de Lula vai na mesma linha de nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores na segunda-feira.

No documento, o Itamaraty saudou "o caráter pacífico da jornada eleitoral na Venezuela", disse acompanhar "com atenção o processo de apuração", mas ressaltou a importância da transparência na divulgação dos dados.

"[O governo brasileiro] Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados", diz a nota do Itamaraty.

A nota diz ainda que o governo brasileiro aguarda "a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito".

Nota do PT

Divergindo da cautela adotada pelo Itamaraty, a Executiva Nacional do PT publicou na noite da segunda-feira uma nota reconhecendo a vitória de Maduro, ao tratá-lo com "presidente agora reeleito".

Nota da Executiva Nacional do PT sobre eleições na Venezuela
Nota da Executiva Nacional do PT sobre eleições na Venezuela
Foto: Reprodução / BBC News Brasil

A nota teria causado desconforto no Planalto, segundo informações de bastidores publicadas pela imprensa nesta terça-feira.

Na entrevista à afiliada da Globo, Lula buscou minimizar as críticas sofridas pelo partido pela publicação da nota da Executiva Nacional.

"O PT reconheceu, a nota do Partido dos Trabalhadores reconhece, elogia o povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houve. E ao mesmo tempo ele reconhece que o colégio eleitoral, o tribunal eleitoral já reconheceu o Maduro como vitorioso, mas a oposição ainda não", disse Lula,

"Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e Justiça faz."

Conversa com Biden e nota conjunta com Colômbia e México

Nesta terça-feira, Lula também conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o impasse eleitoral na Venezuela.

A conversa foi marcada a pedido do governo americano.

Em nota, o Palácio do Planalto diz que, na conversa, Lula "reiterou que é fundamental a publicação das atas eleitorais do pleito ocorrido no último domingo".

A nota diz que "Biden concordou com a importância das divulgações das atas".

Ainda segundo o texto, Lula "reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região".

A conversa, que durou cerca de meia hora, também tratou de temas bilaterais e multilaterais, segundo o Palácio do Planalto. No telefonema, Lula também cumprimentou Biden pela decisão de se retirar da disputa eleitoral americana, diz a nota.

Lula conversou por telefone com Joe Biden sobre o impasse eleitoral na Venezuela
Lula conversou por telefone com Joe Biden sobre o impasse eleitoral na Venezuela
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O Brasil também estaria avaliando emitir uma declaração conjunta com Colômbia e México sobre o processo eleitoral na Venezuela.

Os países já se manifestaram individualmente pedindo transparência do resultado.

Contudo, um posicionamento em grupo de três países com governos de esquerda poderia aumentar a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade