Macron cede a Trump e fala em novo acordo com Irã
Presidente dos EUA cobra renegociação de tratado nuclear
O presidente da França, Emmanuel Macron, é o primeiro líder de uma potência ocidental a ceder aos apelos do mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, pela renegociação do acordo nuclear com o Irã.
Após ter defendido o pacto na tribuna das Nações Unidas (ONU) em setembro passado, Macron foi recebido na Casa Branca nesta terça-feira (24) e afirmou que é preciso "trabalhar" em um novo acordo com Teerã.
A declaração foi dada em coletiva conjunta em Washington e confirma a mudança de postura do presidente francês, que iniciara seu mandato cultivando uma imagem "anti-Trump" e agora vem se mostrando alinhado ao republicano em questões de política externa.
"Acredito que as discussões que tivemos abrem caminho para um novo acordo", disse Macron, que também concordou que a participação de Teerã no conflito sírio, apoiando o regime de Bashar al Assad, deve ser incluída nas negociações.
Em setembro passado, em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente da França havia dito que o tratado com o país persa era "sólido". "Graças ao diálogo, resolvemos a questão nuclear", afirmou na ocasião.
Macron também foi entusiasta de uma resposta armada ao suposto ataque químico em Duma atribuído a Assad e participou do bombardeio ocidental contra alvos do regime. Já Trump manteve sua postura e chamou o pacto com Teerã de "desastre".
O acordo nuclear foi assinado em 2015 e é fruto de um compromisso entre o Irã e as potências do 5+1 (EUA, França, Alemanha, China, Rússia e Reino Unido), além da União Europeia. No tratado, o país persa se compromete a limitar suas atividades atômicas, em troca da revogação de sanções econômicas.