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Macron convoca eleições legislativas antecipadas na França após derrota em votação para o Parlamento

Resultados preliminares indicam que partido de extrema direita Reunião Nacional conquistou quase um terço dos votos, bem à frente dos centristas pró-europeus do presidente francês

9 jun 2024 - 16h53
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Presidente francês, Emanuel Macron
Presidente francês, Emanuel Macron
Foto: Benoit Tessier/Pool/Reuters

O presidente francês, Emanuel Macron, declarou neste domingo, 9, que irá dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas depois que seu partido sofreu um forte revés nas eleições do Parlamento Europeu. A votação ocorrerá em dois turnos, em 30 de junho e 7 de julho, de acordo com o líder francês.

Em um discurso no palácio presidencial, Macron disse: "Decidi devolver-vos a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação". O resultado das eleições europeias "não é um bom resultado para os partidos que defendem a Europa", "a ascensão dos nacionalistas e demagogos é um perigo para a nossa nação", alertou Macron, que decidiu devolver a palavra ao "povo soberano".

A medida ocorre no momento em que os primeiros resultados projetados pela França neste domingo colocam o partido de extrema direita Reunião Nacional bem à frente nas eleições parlamentares da União Europeia, derrotando os centristas pró-europeus de Macron, de acordo com institutos de pesquisa de opinião franceses.

De acordo com as estimativas, o Reunião Nacional conquistou quase um terço dos votos. O candidato de extrema direita Jordan Bardella, de 28 anos, obteve entre 31,5% e 32,4% dos votos, margem muito à frente de Valérie Hayer, do partido no poder (15,2%), e do socialista Raphaël Glucksmann (14% a 14,3%), segundo as instituições Ifop e Ipsos.

"Esta tarde soprou um vento de esperança em França e apenas começou", comemorou Bardella, que exigiu do presidente a dissolução da Assembleia Nacional e eleições antecipadas, perante os seus apoiantes.

A vitória de Bardella foi um duro revés para Macron e para o seu primeiro-ministro, Gabriel Attal, que estiveram amplamente envolvidos na reta final da campanha com o objetivo de travar a extrema direita, que segundo o presidente francês poderia "bloquear" a UE.

O resultado do RN, um dos melhores de sua história, confirma os esforços de sua líder, Marine Le Pen, em dar uma imagem mais moderada à formação que herdou em 2018 de seu pai Jean-Marie Le Pen, conhecido por seus comentários racistas e antissemitas./AFP e AP

Estadão
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