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Macron não descarta possibilidade de europeus enviarem tropas para a Ucrânia

26 fev 2024 - 16h49
(atualizado às 22h13)
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O presidente da França, Emmanuel Macron, abriu as portas nesta segunda-feira para a possibilidade de países europeus enviarem tropas para a Ucrânia, embora tenha advertido que não havia consenso nesse estágio sobre essa medida, conforme os aliados concordaram em aumentar os esforços para entregar mais munições a Kiev.

Cerca de 20 líderes europeus se reuniram em Paris nesta segunda-feira para mandar uma mensagem ao presidente russo, Vladimir Putin, sobre a determinação da Europa em relação à Ucrânia e contrapor a narrativa do Kremlin de que a Rússia está fadada a vencer uma guerra que já entrou em seu terceiro ano.

"Não há consenso nesta fase... para enviar tropas", disse Macron aos repórteres. "Nada deve ser excluído. Faremos tudo o que for necessário para que a Rússia não vença."

Uma autoridade da Casa Branca disse à Reuters que os Estados Unidos não tinham planos de enviar tropas para lutar na Ucrânia e que também não havia planos de enviar tropas da Otan para lutar na Ucrânia.

Macron convidou líderes europeus ao Palácio do Eliseu para uma reunião organizada às pressas para discutir como ampliar o fornecimento de material bélico à Ucrânia, em meio ao que seus assessores afirmam ser uma escalada das agressões da Rússia nas últimas semanas.

Após sucessos iniciais em empurrar para trás o Exército russo, a Ucrânia sofreu revezes nos campos de batalha no leste, com seus generais reclamando da escassez de armas e soldados.

O primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, que tem sido contra à ajuda militar à Ucrânia, disse que vários integrantes da Otan e da UE estavam considerando enviar soldados para a Ucrânia de forma bilateral.

"Posso confirmar que há países que estão preparados para enviar suas próprias tropas para a Ucrânia, há países que dizem nunca, entre os quais está a Eslováquia, e há países que dizem que essa proposta precisa ser considerada", disse ele antes de embarcar em seu avião de volta para a Eslováquia.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, que é o favorito para se tornar o próximo secretário-geral da Otan, disse aos repórteres que a questão do envio de tropas não tinha sido o foco das conversas desta segunda-feira.

Falando com os líderes por uma ligação de vídeo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, apoiou o alerta de Macron sobre uma escalada do conflito: "Precisamos garantir que Putin não consiga destruir nossos feitos e não consiga expandir sua agressão para outras nações".

Macron disse: "Muitas pessoas que dizem 'nunca, nunca' hoje foram as mesmas que disseram 'nunca tanques, nunca aviões, nunca mísseis de longo alcance' há dois anos".

"Tenhamos a humildade de observar que muitas vezes chegamos com seis a 12 meses de atraso. Esse foi o objetivo da discussão desta noite: tudo é possível se for útil para alcançar nosso objetivo", disse ele, acrescentando que a Europa não deve depender dos Estados Unidos para lutar na Ucrânia.

MAIS MUNIÇÃO

Houve progresso sobre a iniciativa liderada pela República Tcheca de se comprar centenas de milhares de cartuchos de munição e projéteis de outros países, algo em que a França tem sido cautelosa, uma vez que quer dar prioridade ao desenvolvimento da própria indústria europeia.

O fornecimento de munição se tornou uma questão crítica para Kiev. A União Europeia não está conseguindo cumprir sua meta de enviar um milhão de cartuchos de artilharia à Ucrânia até março.

O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, disse que cerca de 15 países concordaram em aderir à sua iniciativa. Macron disse que Paris também o faria e que uma coalizão para acelerar a entrega de mísseis de longo alcance também havia sido acertada.

"Estamos falando de centenas de milhares de peças de munição que deveríamos e poderíamos obter em um tempo relativamente curto", disse Fiala aos repórteres.

Os ministros da Defesa foram incumbidos de apresentar um plano nos próximos 10 dias, disse o primeiro-ministro de Portugal, António Costa.

Os Estados Unidos, cujo último pacote de auxílio militar à Ucrânia empacou no Congresso, seria representado pelo assistente do secretário de Estado para Assuntos Europeus e Eurasiáticos, Jim O'Brien.

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