Macron vai à China e pede 'união' contra mudanças climáticas
Líder francês faz visita oficial de três dias ao país asiático
O presidente da França, Emmanuel Macron, iniciou sua visita oficial à China nesta segunda-feira (8) pela cidade de Xi'an, um dos locais símbolos da "Rota da Seda", e afirmou aos jornalistas que o foco da reunião com seu homólogo chinês, Xi Jinping, será o clima.
De acordo com chefe do Palácio do Eliseu, ele vai propor no encontro uma "união de forças" pelo planeta Terra para que este seja um "ano de transição".
"Vou propor ao presidente Xi um ano de transição ecológica franco-chinesa, entre 2018 e 2019, para mobilizar nossas companhias, as nossas start-ups, as nossas cidades, as nossas regiões, e para mostrar ao mundo que nós, franceses e chineses, estamos protos a fazer com que nosso planeta seja grande e bonito de novo", disse aos repórteres em uma clara menção a Donald Trump, que usa o slogan "Fazer a América grande de novo".
Em decisão unilateral, o magnata anunciou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre as Mudanças Climáticas, que prevê diversos compromissos de todos os países signatários para reduzir a emissão de gases poluentes e evitar que a temperatura do planeta aumente em mais de 2ºC.
A visita a Xi'an incluiu um passeio pelo famoso "Exército de Terracota", um dos patrimônios da Unesco.
Em assuntos econômicos, Macron destacou que apoia o projeto da Nova Rota da Seda, apresentada pelo governo chinês em maio do ano passado, que envolve desde a construção de ferrovias, portos e infraestrutura até as telecomunicações.
"A França tem uma experiência unilateral de imperialismo na África que, algumas vezes, levou ao pior. E hoje, com a Nova Rota da Seda em fase de criação, acredito que a parceria entre a China e a França possa evitar que esses erros sejam repetidos", acrescentou.
Além das reuniões políticas, é esperado que a visita de Macron concretize a assinatura de diversos acordos entre a Agência para Desenvolvimento da França e o Banco de Desenvolvimento da China, entre os quais, projetos para ser cofinanciador de países africanos na luta contra as mudanças climáticas.
Macron também deve ter em sua agenda debates sobre a luta contra o terrorismo internacional, além das crises no Irã e na Coreia do Norte. A China é o maior parceiro comercial asiático da França, que causou um déficit de 30 bilhões de euros em 2017.
Protestos
Diversas entidades pressionaram Macron para debater também a questão dos direitos humanos na China durante a sua visita e, especialmente, em seu encontro com Xi Jinping.
Segundo a Human Rights Watch (HRW), o mandatário "deve honrar os seus compromissos e pedir publicamente melhorias em matéria dos direitos humanos em seu encontro com o presidente".