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Maduro diz a Amorim que vai divulgar atas das eleições em breve e vê 'golpe' financiado por EUA

Ditador da Venezuela descarta fraude, diz ter sido 'vítima' de ataque hacker e chama oposição de antidemocrática; González e Maria Corína afirmam que processo foi fraudado

30 jul 2024 - 07h19
(atualizado às 07h59)
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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro 01/07/2024
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro 01/07/2024
Foto: Palácio de Miraflores/Divulgação via REUTERS

BRASÍLIA - O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, pediu ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que divulgue o quanto antes as atas de votação das eleições deste domingo, marcadas por suspeita de fraude. Amorim se reuniu com Maduro nesta terça-feira, 29, no Palácio Miraflores. O líder venezuelano disse a Amorim que só não divulgou as atas porque houve um "ataque hacker" durante a apuração, mas prometeu publicá-las nos próximos dias.

A oposição afirma ter provas consistentes de que o diplomata aposentado Edmundo González Urrutia venceu a disputa contra Maduro, mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ligado ao regime chavista, anunciou a reeleição do ditador da Venezuela, agora para o período 2025-2031.

Na conversa com Amorim, de aproximadamente uma hora, Maduro afirmou que a extrema-direita e os Estados Unidos estão financiando um "golpe" para derrubá-lo. Ele comanda a Venezuela desde 2013, quando Hugo Chávez morreu.

Enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Caracas, Amorim também se reuniu nesta terça-feira com González e ouviu a desconfiança da oposição sobre a fraude nas urnas. A todos, o ex-chanceler pediu cautela para não acirrar ainda mais a crise.

Celso Amorim foi a Caracas a pedido de Lula para lhe informar sobre eleições.
Celso Amorim foi a Caracas a pedido de Lula para lhe informar sobre eleições.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

Em live nas redes sociais, Maduro chegou a citar a reunião com Amorim, com quem se dá bem. "Eu dizia hoje a Celso Amorim: há um grupo de opositores que quer uma alternativa democrática, com respeito a instituições. Mas esse grupo (oposição liderada por Maria Corína Machado e González) é radical, fascista. Não é uma oposição democrática", afirmou ele.

O desfecho das eleições na Venezuela provocou uma série de questionamentos da comunidade internacional sobre a falta de lisura e transparência no pleito. Não é de hoje, porém, que o processo vem apresentando problemas.

Impedida de concorrer, Maria Corína apoiou a candidatura de González. Nesta terça-feira, ela disse ter atas suficientes para mostrar que o diplomata aposentado foi o vitorioso nas eleições. Para Maduro, ela está envolvida no "ataque hacker" que, segundo ele, foi verificado durante a apuração dos votos.

Estadão
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