Maduro fala em diálogo, mas tribunal congela bens de Guaidó
Presidente admitiu antecipar eleições legislativas no país
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que está pronto a dialogar com a oposição e abriu a possibilidade de mediação de outros países.
"Estou pronto para me sentar à mesa de negociações com a oposição para falar pelo bem da Venezuela, pelo desejo de paz e pelo futuro", afirmou o mandatário em uma entrevista à agência russa Ria Novosti.
Na última terça-feira (29), surgiu a hipótese de realizar uma conferência internacional no Uruguai, tema que já teria sido discutido entre o presidente Tabaré Vázquez e a alta representante da União Europeia para Política Externa, a italiana Federica Mogherini.
"Há diversos governos e organizações no mundo que demonstraram sua sincera preocupação com a Venezuela e que exortaram ao diálogo", reforçou Maduro, mencionando México, Bolívia, Rússia, Vaticano e "alguns governos europeus", além do Uruguai.
"Vou enviar cartas oficiais para que apoiem o diálogo na Venezuela na forma que quiserem", disse. Segundo Maduro, seria "muito positivo organizar eleições legislativas antecipadas", embora ele tenha rechaçado a hipótese de realizar uma nova disputa presidencial. "Que esperem até 2025", declarou.
Já em entrevista à agência Sputnik, também da Rússia, o presidente acusou o mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, de ordenar sua morte "ao governo colombiano e às máfias da oligarquia colombiana".
Guaidó
No mesmo dia em que Maduro propôs dialogar, o mandatário do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Maikel Moreno, fiel ao chavismo, proibiu o autoproclamado presidente Juan Guaidó de deixar o país e congelou seus bens.
O pedido havia sido feito pelo procurador-geral Tarek William Saab, alegando que Guaidó é responsável pelas "desordens" na Venezuela. O oposicionista se autodeclarou presidente interino do país na semana passada, com apoio dos EUA, do Brasil e da maior parte das Américas.