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Maduro teve conversa "respeitosa" com enviado de Trump, diz Venezuela

31 jan 2025 - 21h17
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Richard Grenell, enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tiveram uma discussão respeitosa sobre migração, sanções e norte-americanos detidos no país, disse o governo venezuelano em um comunicado nesta sexta-feira, depois que os dois homens se encontraram em Caracas.

A reunião no palácio presidencial da capital venezuelana ocorreu em meio a um esforço de deportação e de combate às gangues por parte do governo Trump, que tem irritado a América Latina.

Os dois países têm uma história recente conturbada, marcada por relações rompidas, sanções e acusações de golpe.

Mas eles compartilham o interesse em várias questões bilaterais pendentes, incluindo uma licença que permite que a grande petrolífera norte-americana Chevron opere na Venezuela.

"A reunião ocorreu com respeito mútuo e diversas questões de interesse de ambos os países foram discutidas: migração, o impacto negativo das sanções econômicas contra a Venezuela, cidadãos americanos envolvidos em crimes dentro do território (venezuelano) e a integridade do sistema político venezuelano", disse o governo venezuelano, acrescentando que os dois homens concordaram que as relações devem virar uma nova página.

A visita de Grenell não significa que os Estados Unidos reconhecem Maduro como o líder legítimo da Venezuela, disse mais cedo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. Ela disse que Grenell estava concentrado em garantir que 400 membros da gangue Tren de Aragua, sob custódia dos EUA, fossem devolvidos à Venezuela e que todos os detentos norte-americanos na Venezuela fossem libertados.

Mais cedo, Mauricio Claver-Carone, enviado especial dos EUA para a América Latina, disse que a reunião entre Grenell e Maduro "não era uma negociação em troca de nada" e que um acordo sobre as deportações da Tren de Aragua era "inegociável".

O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, disse na semana passada que a quadrilha havia sido desmantelada na Venezuela em 2023, mas que estava disposto a reiniciar a cooperação jurídica com os EUA para extraditar os membros da quadrilha.

Não se sabe exatamente quantos norte-americanos estão sendo detidos pela Venezuela, mas as autoridades venezuelanas falaram publicamente sobre pelo menos nove.

Autoridades venezuelanas acusaram a maioria deles de terrorismo e disseram que alguns eram "mercenários" de alto nível. O governo venezuelano acusa regularmente membros da oposição e estrangeiros detidos de conspirar com os EUA para cometer terrorismo. As autoridades norte-americanas sempre negaram qualquer conspiração.

"Os reféns americanos que estão sendo mantidos na Venezuela... devem ser libertados imediatamente", disse Claver-Carone.

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