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Mães deslocadas de Gaza sofrem para cuidar de seus recém-nascidos

5 out 2024 - 15h13
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Rana Salah, uma mãe em Gaza, embala sua filha Milana, de um mês de idade, em seus braços em uma tenda sufocante para os desabrigados e fala da culpa que sente por ter trazido sua filha para um mundo de guerra e sofrimento.

"Se dependesse de mim, eu não teria engravidado ou dado à luz durante a guerra, porque a vida é completamente diferente; nunca vivemos essa vida antes", disse, falando em um acampamento em Deir al-Balah, na região central da Faixa de Gaza.

"Já dei à luz duas vezes e a vida era melhor e mais fácil para mim e para a criança. Agora, sinto que fiz mal a mim mesma e à criança, porque merecemos viver melhor do que isso."

Milana nasceu em uma tenda hospitalar por cesariana devido a complicações na gravidez de Salah. A família não pôde voltar para casa por causa do conflito e, em vez disso, acabou se mudando de uma tenda para outra.

Milana é um dos cerca de 20.000 bebês que nasceram em Gaza no ano passado, de acordo com estatísticas da Unicef.

A guerra atual, um episódio particularmente mortal no conflito israelense-palestino de décadas, foi desencadeada em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas atacaram Israel, matando 1.200 pessoas e tomando cerca de 250 reféns, segundo os registros israelenses.

Os ataques aéreos e de artilharia israelenses em resposta reduziram grande parte do enclave palestino a escombros e mais de 41.500 palestinos foram mortos no ataque israelense, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. A maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foi deslocada.

RISCO DE INFECÇÃO

Salah ventila Milana com um papelão e diz que o calor faz mal para a pele do bebê.

"Em vez de voltarmos para nossa casa, continuamos nos mudando de uma barraca para outra... onde as doenças estão espalhadas e a água está contaminada."

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que os serviços pós-natais diminuíram significativamente em Gaza e as mulheres com complicações têm menos acesso aos cuidados de que precisam, assim como seus bebês.

Rick Brennan, diretor de emergência da OMS para a região do Mediterrâneo Oriental, disse que a desnutrição é uma ameaça para os recém-nascidos, principalmente se as mães não puderem amamentar porque não há acesso a substitutos do leite materno.

O deslocamento e as constantes mudanças são perturbadores para os recém-nascidos e os expõem a riscos de infecção, disse.

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