Mais de 40 países se opõem na OMC a plano dos EUA de taxar veículos
Os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, incluindo União Europeia, China, Japão, e outros como o Brasil, manifestaram profunda preocupação na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre possíveis medidas norte-americanas que imponham taxas adicionais sobre importações de veículos e autopeças.
O Japão, que junto com a Rússia iniciou a discussão na OMC, alertou que tais medidas poderiam desencadear uma espiral de medidas de retaliação e resultar no colapso do sistema multilateral de regras de comércio, disse um representante que participou da reunião.
Mais de 40 membros da OMC, incluindo os 28 países da União Europeia - alertaram que a ação dos EUA poderá perturbar seriamente o mercado mundial e ameaçar o sistema da OMC, dada a importância dos veículos para o comércio mundial.
Os EUA devem terminar nas próximas semanas uma análise sobre a imposição de tarifas de importação de veículos, disse o presidente norte-americano, Donald Trump, em 29 de junho. Segundo Trump, os estudos devem ser concluídos em 3 a 4 semanas.
Mas a UE alertou os EUA que a imposição das sobretaxas de importação sobre veículos vai provavelmente levar a medidas retaliatórias sobre 294 bilhões de dólares em exportações norte-americanas ao bloco.
Uma autoridade russa afirmou durante a reunião da OMC que a questão das análises dos EUA sobre tarifas foi levantada no ano passado em diferentes reuniões do órgão e desde então as coisas só têm piorado.
Os Estados Unidos estão perdendo reputação como um parceiro comercial confiável, disse o delegado russo na reunião, acrescentando que os EUA poderão em breve iniciar uma investigação sobre as tarifas de importação de produtos de urânio.
China, Canadá, Suíça, Noruega, Turquia, Costa Rica, Hong Kong, Venezuela, Cingapura, Brasil, Coréia do Sul, México, Catar, Tailândia e Índia ecoaram as mesmas preocupações e disseram duvidar que as tarifas dos EUA estejam de acordo com as regras da OMC.
O diplomata dos EUA na reunião afirmou que o assunto já foi objeto de disputas formais na OMC e por isso não deveria estar na agenda, disse a autoridade que participou da reunião.