Mais de 900 pessoas foram executadas no Irã em 2024, diz ONU
País persa é o que mais aplica a pena de morte no mundo
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgados nesta terça-feira (7) revelaram que mais de 900 pessoas podem ter sido executadas no Irã em 2024, das quais cerca de 40 ocorreram em uma única semana de dezembro.
As informações, divulgadas pelo alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, mostraram um aumento em relação ao ano anterior, quando ao menos 853 pessoas perderam a vida pelas mãos da Justiça no país persa.
"É profundamente inquietante que mais uma vez se registre um aumento do número de pessoas condenadas à pena de morte no Irã", disse Türk, acrescentando que a cifra de réus executados em 2024 seria de, no mínimo, 901.
Segundo o comunicado das Nações Unidas, a maior parte envolveu crimes relacionados com drogas, mas dissidentes e pessoas ligadas aos protestos de 2022 também foram executadas. O órgão também citou aumento da execução de mulheres no país.
"Somos contra a pena de morte em qualquer circunstância. É incompatível com o direito fundamental da vida e eleva o risco inaceitável de executar inocentes. E, para ser claro, nunca poderá ser imposta por condutas protegidas pelo direito internacional", afirmou Türk.
O representante da ONU voltou a pedir às autoridades iranianas para que não levem adiante futuras execuções, além de impor uma moratória na aplicação da pena de morte, até que seja abolida em definitivo.
O Irã executa mais pessoas por ano do que qualquer outro país, com exceção da China, para a qual não existem dados disponíveis, de acordo com organizações de defesa dos direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional.
A ONU lembrou ainda que 170 países aboliram a pena de morte ou impuseram uma moratória às execuções. .