O ano de 2014 colocou à prova a crença popular de que acidentes de avião acontecem em longos espaços de tempo. Entre janeiro e dezembro deste ano, foram registradas 141 ocorrências com aeronaves, número que gera uma média de um incidente a cada dois dias e meio. Ao todo, 1.037 vidas foram perdidas no ar.
Ironicamente, os números de 2014 contrastam fortemente com o de 2013, que ficou lembrado pelo baixo índice de fatalidades áereas: 29 acidentes trágicos, com 265 mortes, de acordo com o portal Aviation Safety Network, que monitora o setor.
O mês de julho de 2014 ficará na memória como o quinto pior na história da aviação mundial, com 468 mortos e 20 acidentes, entre eles o do vôo MH17, da companhia Malaysia Airlines, que caiu na Ucrânia, abatido por um míssil. A aeronave fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur e, até agora, não se sabe o responsável pelo míssil. Suspeitas recaem sobre os rebeldes ucranianos, que são apoiados pela Rússia.
Destroços do Boeing 777 da Malaysia Airlines que caiu com 295 pessoas à bordo próximo ao vilarejo de Grabovo, na região de Donetsk, na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Destroços caíram na Ucrânia nesta quinta-feira
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Um conselheiro do ministro do Interior da Ucrânia informou que a aeronave foi derrubada por um míssil disparado por separatistas
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Um funcionário dos serviços de emergência disse que pelo menos 100 corpos foram encontrados
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
A polícia e os bombeiros estão no local para atender a ocorrência
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Em comunicado oficial, a Boeing se colocou à disposição das autoridades na investigação do acidente
Foto: Dominique Faget / AFP
Destroços do avião estão espalhados pelo vilarejo de Grabovo
Foto: Dominique Faget / AFP
Entre os mortos haveria 23 cidadãos americanos, mas ainda não há informação sobre as demais nacionalidades
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Em 8 de março deste ano, um outro avião da Malaysia Airlines que decolou de Kuala Lampur em direção à Pequim, com 239 pessoas a bordo, desapareceu dos radares
Foto: Dmitry Lovetsky / AP
Um dos focos de fogo do avião da Malaysia Airliness que caiu nesta quinta
Foto: Dmitry Lovetsky / AP
Seguranças do Aeroporto internacional de Kuala Lumpur, na Malásia procuravam informações do voo que vinha de Amesterdã
Foto: Vincent Thian / AP
A entrada da Malaysia Airlines está fechada no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur
Foto: Olivia Harris / Reuters
Após o acidente, o posto de atendimento da Malaysia Airliness fechou em Amesterdã, na Holanda
Foto: Olaf Kraav / AFP
O presidente da Ucrânia,Petro Poroshenko afirmou ter convicção de que se trata de um "ato terrorista"
Foto: Mykola Lazarenko / Reuters
Este é o segundo avião da empresa que desaparece dos radares nos últimos meses
Foto: Tomas Manan Vatsyayana / AFP
Avião da Malaysia desaparece na Ucrânia perto da Rússia
Foto: Tomas Bartkowiak / Reuters
Em imagem, avião da Malaysia Airlines é fotografado enquanto levanta voo
Foto: FRED NEELEMAN / AFP
Separatista é visto sobre destroços do avião, na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Mulher põe flores na entrada do aeroporto de Schipol, em Amsterdã, um dia após a tragédia com o avião da Malaysia
Foto: Dominique Faget /AFP
Homem usa celular para registrar os destroços do avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia após ser atingido por um míssil
Foto: Dominique Faget /AFP
Um funcionário do resgate demarca locais em que corpos das vítimas foram encontrados na área em que o avião da Malaysia caiu
Foto: Dominique Faget /AFP
Soldado pró-Rússia encontra um brinquedo entre os destroços do avião da Malaysia Airlines
Foto: Dmitry Lovetsky/AP
Soldados pró-Rússia resguardam a área em que caiu o avião da Malaysia Airlines
Foto: Dmitry Lovetsky/AP
Um representante da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa acompanha os trabalhos de resgate perto de destroços do avião da Malaysia que caiu na Ucrânia
Foto: Dmitry Lovetsky/AP
Separatistas pró-Rússia reúnem pertences de passageiros do avião que caiu na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev/Reuters
Pertences de passageiros encontrados na área em que caiu o avião da Malaysia na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev/Reuters
Pertences de passageiros encontrados na área em que caiu o avião da Malaysia na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em pronunciamento sobre o desastre do avião da Malaysia; Obama disse que o míssil partiu de um território controlado por separatistas pró-Rússia
Foto: Larry Downing/Reuters
Compartilhar
Publicidade
Outro acidente envolvendo a Malaysia Airlines ocorreu em 8 de março, com o desaparecimento do vôo MH370, que tinha como destino final Pequim, na China. Apesar das estatísticas, o coordenador do grupo de Análise de Risco Tecnológico e Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janerio, Moacyr Duarte, garante que ainda é seguro voar. De acordo com o especialista, os últimos acidentes aéreos têm sido provocados por falhas humanas, e não técnicas, mecânicas ou estruturais.
"Se você pensar, tanto no voo da Ucrânia como no avião da Malaysia Airlines que desapareceu, ninguém está procurando falhas técnicas. Estão todos usando a inteligência para entender o que aconteceu. No primeiro, é preciso saber como aquele tipo de arma foi parar nas mãos de quem atirou. No outro, é preciso saber o porquê da aeronave ter saído da rota", disse Duarte, em entrevista à ANSA. "Em nenhum dos casos houve relato de falha mecânica".
A triste notícia sobre o boeing da Malaysian Airlines tinha temido por semanas foi anunciada nesta segunda-feira. O primeiro-ministro da Malásia disse que uma nova análise de dados de satélite indica que o avião caiu em área remota do oceano Índico. Muitos parentes passaram mal, desmaiaram. Uma mulher foi retirada em maca após a notícia do premiê da Malásia
Foto: AP
Parentes choraram e gritaram após anúncio de premiê da Malásia. Nesta segunda-feira, foi confirmada a informação de que o avião teria caído ao sul do Oceano Índico
Foto: AP
Na foto, um dos parentes dos passageiros do avião, que teve se ser retirado do hotel e levado ao hospital em uma maca, após desmaiar com confirmação de que o avião teria caído ao sul do Oceano Índico
Foto: AP
Parente de um passageiro chinês do avião da Malaysia Airlines deixa hotel em Pequim em lágrimas depois da confirmação do primeiro-ministro da Malásia de que o avião caiu no sul do Oceano Índico e que não há sobreviventes
Foto: AP
Muitos parentes passaram mal após a confirmação da morte dos 239 passageiros a borda do boeing 777 da Malaysia Airlines.
Foto: AP
Uma mulher teve de receber cuidados médicos e ser retirada do hotel em uma maca após receber o anúncio do governo sobre morte dos passageiros de avião, que estava sumido há mais de duas semanas
Foto: AP
Nesta segunda-feira, o governo da Malásia confirmou a morte de todos os passageiros do avião desaparecido há mais de duas semanas - que saiu de Kuala Kampur. Os parentes receberam a triste notícia no hotel em Pequim, onde estavam reunidos durante estes dias
Foto: AP
27 de março - Mulher chora durante cerimônia realizada aos mortos do voo MH370 da Malaysia Airlines em Kuala Kumpur nesta quinta-feira
Foto: AP
27 de março - Parentes e amigos choraram a morte dos 239 passageiros do voo do Malaysia Airlines alguns dias depois da confirmação do governo malaio sobre queda no Oceano Índico. Cerimônia foi realizada em Kuala Kumpur nesta quinta-feira
Foto: AP
27 de março - Muitas velas foram acesas durante cerimônia em homenagem às vítimas do acidente com o avião malaio, que ficou mais de duas semanas desaparecido. Nesta quinta-feira, parentes, amigos e voluntários se reuníram para relembrar vítimas
Foto: Reuters
27 de março - Parentes rezaram e acenderam velas em cerimônia nesta quinta-feira. Uma vigília foi realizada em homenagem e em prece aos 239 mortos
Foto: Reuters
27 de março - Parente reage depois uma reunião com governo da Malásia para atualização de informações sobre busca dos destroços no Oceano Índico; novas imagens de satélite mostram centenas de pedaços de objetos que podem ser do avião
Foto: Reuters
27 de março - Voluntários vestem coletes azuis e levam um parente para a sala de reuniões com o governo da malásia para atualização de informações sobre destroços que estão sendo procurados no Oceano Índico
Foto: Reuters
Compartilhar
Publicidade
Isso porque, de acordo com o especialista, a segurança técnica das aeronaves foi altamente desenvolvida até os anos 2000, quando todas as preocupações recaiam sobre os componetes mecânicos. Porém, com os atentados de 11 de setembro de 2001, contra as Torres Gêmeas dos Estados Unidos, a atenção se voltou para os procedimentos de segurança dos passageiros.
Desde então, boa parte dos acidentes tem ocorrido por falha humana. Além das falhas humanas, o especialista apontou outro fator para os acidentes aéreos: dificuldades econômicas. Segundo Duarte, a aviação comercial não está em seu melhor momento, o que faz com que muitas companhias aéreas arrendem suas aeronaves para outras empresas operarem os voos.
"As aeronaves têm uma ficha de vistoria parecida com fichas médicas. Nela, consta o número de horas de voo, quais peças foram trocadas nas vistorias, tudo que foi checado. Mas, como a lucratividade não está boa, esses problemas acabam passando despercebido por quem aluga", explicou. E essa falta de vistoria foi a causa de outros acidentes esse ano, como os que ocorreram em Taiwan, no dia 23 de julho, que matou 48 pessoas, e o que caiu na Argélia e matou 116 pessoas no dia 24 de julho.
No Brasil, o maior exemplo de acidente aéreo provocado por falhas humanas e falta de manutenção foi o que matou, em agosto, o então candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB). A aeronave particular caiu em Santos, durante uma viagem da campanha eleitoral de Campos. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), uma manobra do piloto pode ter provocado o acidente. Além disso, os áudios da caixa-preta não eram daquele voo
Bombeiros e equipes do Samu foram para o local do acidente
Foto: Delamônica / Futura Press
O avião de pequeno porte tinha como destino o Guarujá
Foto: Delamônica / Futura Press
A aeronave caiu em uma área residencial, no Boqueirão
Foto: Delamônica / Futura Press
Fumaça mostra local do acidente em Santos
Foto: Fotos de moradores próximos ao local / vc repórter
Candidato à presidência Eduardo Campos (PSB) é uma das vítimas fatais do acidente
Foto: Fotos de moradores próximos ao local / vc repórter
Ambulância leva pessoas, que estavam em solo, para o hospital
Foto: Fotos de moradores próximos ao local / vc repórter
No total, dez pessoas estavam na aeronave
Foto: Futura Press
Trabalham no local pelo menos 45 bombeiros
Foto: Futura Press
Jato era da fabricante Cessna, modelo 560 XL
Foto: Futura Press
Avião arremeteu por mau tempo
Foto: Futura Press
Estragos causados pela queda do avião na baixada santista
Foto: Futura Press
Os destroços do avião se espalharam por um bairro populoso de Santos
Foto: Delamônica / Futura Press
Policiais e peritos percorrem área de queda de avião do candidato Eduardo Campos
Foto: Delamônica / Futura Press
A queda do avião criou uma cratera ao atingir o solo