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Malogro de cúpula põe em dúvida futuro de diplomacia nuclear entre EUA e Coreia do Norte

28 fev 2019 - 19h30
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A segunda cúpula entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, fracassou nesta quinta-feira em torno do tema sanções, e os dois lados forneceram relatos conflitantes sobre exatamente o que aconteceu, levantando dúvidas sobre o futuro de suas negociações de desnuclearização.

Líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e presidente dos EUA, Donald Trump se cumprimentam durante cúpula em Hanói
27/02/2019
KCNA via REUTERS
Líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e presidente dos EUA, Donald Trump se cumprimentam durante cúpula em Hanói 27/02/2019 KCNA via REUTERS
Foto: Reuters

Trump disse que houve um bom progresso nos dois dias de negociações em Hanói, capital do Vietnã, na construção de relações e na questão-chave da desnuclearização, mas afirmou que é importante não se precipitar e acabar em um acordo ruim.

"Foi tudo por causa das sanções", disse Trump em entrevista coletiva após as negociações serem encerradas antes do previsto.

"Basicamente, eles queriam que as sanções fossem retiradas por completo, e não podemos fazer isso."

Entretanto, o ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, disse em coletiva de imprensa realizada horas depois de Trump deixar Hanói que Pyongyang havia buscado apenas a suspensão parcial de sanções "relacionadas à subsistência da população e não relacionadas a sanções militares".

O chanceler disse que a Coreia do Norte fez uma proposta realista envolvendo o desmantelamento de todas as suas principais instalações nucleares em Yongbyon, incluindo unidades de plutônio e urânio, por engenheiros dos dois países.

"Esse é o maior passo de desnuclearização que podemos tomar, com base no atual nível de confiança entre os dois países", disse Ri, em uma rara entrevista de autoridades norte-coreanas.

"É difícil dizer se haverá algo melhor do que o que oferecemos. Nós podemos não ter uma oportunidade como esta novamente. Nós precisamos de um primeiro passo como este no caminho para completar a desnuclearização. Nosso posicionamento fundamental nunca irá mudar e mesmo se os EUA buscarem conversas adicionais, nosso posicionamento não mudará", disse Ri.

A vice-chanceler norte-coreana, Choe Son Hui, disse durante a mesma coletiva de imprensa que tem a impressão que Kim "pode perder sua disposição de buscar um acordo", depois que o lado norte-americano rejeitou uma suspensão parcial das sanções em troca da destruição de Yongbyon, "algo que nunca tínhamos oferecido antes".

Mais tarde, a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA relatou que Kim e Trump decidiram dar continuidade a produtivas conversações para resolver os problemas discutidos durante sua cúpula em Hanói.

Questionada sobre os comentários da Coreia do Norte, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que Trump está ciente dos comentários e que a Casa Branca não tem nada a acrescentar ao que o presidente disse durante a coletiva de imprensa em Hanói.

O presidente dos EUA conversou com os líderes da Coreia do Sul e do Japão em seu trajeto de volta de Hanói e lhes disse que os Estados Unidos continuarão a trabalhar com eles e a dialogar com a Coreia do Norte, segundo a porta-voz.

Trump e Kim encerraram suas conversas antes do previsto, pulando um planejado almoço de negociações no hotel colonial Metropole após uma manhã de reuniões.

"Às vezes você tem que ir embora, e esta foi uma dessas vezes", disse Trump acrescentando: "foi um abandono amigável."

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