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Manifestantes dizem que não se curvarão à retórica de "lei e ordem" de Trump

11 set 2020 - 12h04
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Os manifestantes antirracismo norte-americanos reconhecem o risco decorrente de seus clamores por justiça igualitária, sabendo que, apesar de seus protestos pacíficos, cenas de edifícios em chamas darão ao presidente Donald Trump as imagens que precisa para sua campanha eleitoral de "lei e ordem".

Presidente Donald Trump participa de cerimônia em memória aos ataques de 11 de setembro
11/09/2020
REUTERS/Jonathan Ernst
Presidente Donald Trump participa de cerimônia em memória aos ataques de 11 de setembro 11/09/2020 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

Mas ativistas em pontos de tensão como Portland, no Oregon, e Kenosha, no Wisconsin, dizem acreditar que os eleitores estão do seu lado e que não recuarão de uma estratégia que inclui manifestações de rua sob o estandarte do movimento Black Lives Matter.

"Não estamos intimidados", disse Veronica King, líder da filial da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor de Kenosha. "Os eleitores viram os vídeos (da ação policial contra homens negros). Acredito que os eleitores estão apoiando o movimento e querem mudança."

Como aparece atrás de seu desafiante democrata, Joe Biden, nas pesquisas sobre a eleição de 3 de novembro, o republicano Trump capitalizou os episódios de violência dos protestos, embora a maioria tenha sido pacífica.

"Os democratas nunca nem mencionaram as palavras LEI E ORDEM em sua Convenção Nacional", tuitou Trump na quinta-feira. "Se eu não vencer, os subúrbios da América serão ARRASADOS por projetos de baixa renda, anarquistas, agitadores, saqueadores e, claro, 'manifestantes amistosos'."

Em Portland, que testemunhou mais de 100 noites consecutivas de manifestações, a líder de protesto Demetria Hester, do Moms United for Black Lives, classificou a campanha de medo de "golpe publicitário" e disse que o movimento está determinado.

"As pessoas continuam morrendo e a polícia não está sendo acusada, e as pessoas... veem isso e não recuarão", disse ela.

Milhares de manifestações se espalharam pelos Estados Unidos após a morte de George Floyd, sufocado por um policial de Mineápolis que se ajoelhou em seu pescoço no dia 25 de maio.

Protestos voltaram a irromper depois que a polícia de Kenosha baleou Jacob Blake pelas costas em 23 de agosto.

Pessoas de todo o espectro político acorreram a estes caldeirões, lançando facções altamente polarizadas umas contra as outras, às vezes com resultados fatais. Uma mistura volátil de manifestantes noturnos locais e externos, milícias armadas de direita e policiais com equipamentos pesados ocupou as mesmas ruas, o que provocou confrontos.

Embora estes casos tenham dominado as manchetes, mais de 93% das manifestações recentes ligadas ao Black Lives Matter foram pacíficas, de acordo com um estudo da Armed Conflict Location & Event Data Project (ACLED), que monitora a violência política em países em desenvolvimento e passou a acompanhar os EUA no ano passado.

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