Manifestantes protestam em Hong Kong contra projeto da China
Atos foram reprimidos pelas forças de segurança do território
Após alguns meses de calmaria devido à pandemia do novo coronavírus, Hong Kong voltou a registrar confrontos entre policiais e manifestantes neste domingo (24), desta vez em função de um projeto de segurança nacional apresentado por Pequim.
Segundo a imprensa local, cerca de 150 pessoas acabaram presas durante os protestos, que foram reprimidos pela polícia com spray de pimenta, gás lacrimogêneo e canhões de água. Essa foi a primeira manifestação em Hong Kong contra o projeto da China.
Em discussão no Congresso do Povo, a medida permite a abertura de escritórios das agências chinesas de segurança nacional em Hong Kong e Macau, o que aumentaria o controle de Pequim sobre os dois territórios semiautônomos.
O projeto provocou reações de Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Reino Unido e Austrália, que cobraram respeito à autonomia de Hong Kong. Já o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que essa é uma questão "interna" e que Pequim não vai tolerar interferências.
No segundo semestre do ano passado, Hong Kong já havia sido palco de protestos contra uma lei que permitia extradições para a China continental e em defesa da instalação de uma democracia plena no território.
Ex-colônia britânica, Hong Kong foi entregue pelo Reino Unido à China em 1997, com o princípio de "um país, dois sistemas", e possui um status semiautônomo.