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Manifestantes se retiram de prédios oficiais no Sri Lanka

No entanto, o grupo disse que a luta 'continua'

14 jul 2022 - 07h57
(atualizado às 08h06)
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Os manifestantes antigoverno no Sri Lanka anunciaram nesta quinta-feira (14) que vão desocupar os prédios oficiais invadidos durante os protestos contra o presidente Gotabaya Rajapaksa e o premiê Ranil Wickremesinghe.

Manifestante no terraço do gabinete do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe
Manifestante no terraço do gabinete do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"Vamos nos retirar pacificamente do palácio presidencial, da secretaria presidencial e do gabinete do primeiro-ministro com efeito imediato, mas continuaremos nossa luta", disse um porta-voz dos manifestantes.

A onda de protestos contra a crise econômica no país asiático já forçou Rajapaksa a fugir para as Maldivas e depois para Singapura, embora ele tenha descumprido a promessa de renunciar na última quarta-feira (13).

Em vez de entregar o cargo, o presidente nomeou Wickremesinghe - que também prometera abdicar - para exercer o cargo de chefe de Estado interinamente, o que irritou a oposição e os manifestantes.

Como presidente, Rajapaksa tem imunidade contra prisão, e especula-se que ele tenha preferido fugir antes de renunciar para não ser detido no Sri Lanka. Wickremesinghe, por sua vez, decretou estado de emergência e pediu que os militares e a polícia "restabeleçam a ordem".

"Não podemos rasgar nossa Constituição e permitir que fascistas assumam o poder. Precisamos encerrar essa ameaça fascista à democracia", disse o premiê em um discurso na última quarta.

Pelo menos um manifestante morreu sufocado por gás lacrimogêneo durante confrontos com a polícia no gabinete do primeiro-ministro.

Com cerca de 22 milhões de habitantes, o Sri Lanka enfrenta sua pior crise econômica desde sua independência do Reino Unido, em 1948, com inflação galopante, blecautes recorrentes e escassez de combustíveis e itens alimentares.

Sem reservas internacionais disponíveis, o país já deu um calote de US$ 51 bilhões em sua dívida externa e agora busca um resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em maio, a repressão a protestos contra o governo já havia deixado nove mortos no Sri Lanka, forçando a renúncia do então premiê Mahinda Rajapaksa, irmão de Gotabaya Rajapaksa.  

Ansa - Brasil
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