Mark Carney será empossado como primeiro-ministro do Canadá e agora terá de enfrentar Trump
O ex-banqueiro central Mark Carney será formalmente empossado como primeiro-ministro do Canadá nesta sexta-feira, colocando-o em posição de combater as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que poderiam devastar a economia canadense, dependente do comércio.
Na presença da governadora-geral, Mary Simon, representante pessoal do rei britânico Charles, que é o chefe de Estado do Canadá, Carney fará o juramento de posse em uma cerimônia programada para começar ao meio-dia (horário de Brasília).
O momento marca uma ascensão importante para o homem de 59 anos, que se torna o primeiro primeiro-ministro canadense sem nenhuma experiência política séria.
Carney derrotou seus rivais no domingo em uma corrida para se tornar líder do Partido Liberal, que está no poder. Ele substituirá Justin Trudeau, que passou mais de nove anos no cargo.
Carney, ex-presidente do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra, argumentou com sucesso que sua posição de outsider com um histórico de enfrentamento de crises significava que ele era a melhor pessoa para enfrentar Trump, que tem falado repetidamente sobre anexar o Canadá aos EUA.
Na quarta-feira, Carney disse aos repórteres que estava pronto para se encontrar com Trump quando "houver respeito pela soberania canadense".
Ele também disse que manteria as tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos até que os Estados Unidos mostrassem algum respeito pelo Canadá.
Carney deve nomear um gabinete que provavelmente não permanecerá no cargo por muito tempo, já que os membros do Partido Liberal dizem que ele convocará uma eleição antecipada nos próximos dias. Se ele mudar de ideia, os partidos de oposição dizem que se unirão para derrubar o governo liberal minoritário em um voto de confiança no final de março.
Uma vez convocada a eleição, Carney estará muito limitado em relação ao que pode fazer politicamente, pois a legislação determina que ele não pode tomar decisões importantes quando estiver concorrendo ao cargo.
Atualmente, as pesquisas de opinião sugerem que será uma disputa acirrada com os conservadores da oposição oficial, sendo que nenhum dos partidos ganhará assentos suficientes para um governo majoritário.
