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Marte chega à menor distância até a Terra dos últimos 15 anos

27 jul 2018 - 19h03
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Marte poderá ser visto da Terra com a maior clareza dos últimos 15 anos a partir das 22h (horário de Brasília) desta sexta-feira (27), uma vez que a órbita de ambos os planetas fez com que os dois se encontassrem no ponto mais próximo neste período, segundo o cientista da Nasa (agência espacial norte-americana) Geronimo Villanueva.

"Marte se aproxima da Terra a cada dois anos, mas, neste momento, pela sua órbita, o planeta se aproximará muito mais do que em outras vezes, e poderemos vê-lo muito brilhante e maior do que habitualmente", relatou Villanueva, que trabalha no Centro Espacial Goddard da Nasa.

De acordo com os cálculos dos especialistas, Marte estará a 57,6 milhões de quilômetros da Terra na próxima terça-feira (31), comparado com os 100 milhões de quilômetros de outras datas do calendário.

No entanto, as pessoas já poderão ver, a partir da noite de hoje, de qualquer ponto do mundo, este evento "particular".

"Para isso, deverão voltar seus olhares para a Lua e, à sua direita, poderão encontrar um ponto vermelho alaranjado mais brilhante do que o normal - Marte - e, a seu lado, outro planeta: Saturno", detalhou o astrônomo.

Este fenômeno astronômico, que se repetirá em 2033, ocorre por circunstâncias "relativamente simples", acrescentou Villanueva.

A Terra dá uma volta em torno do sol a cada ano (terrestre) e Marte, a cada dois, por isso, ambos os planetas se alinham e estão mais próximos do que habitualmente.

No entanto, a órbita de Marte é "muito original", ou seja, há momentos em que está mais longe do Sol e outros mais perto, em comparação à variação da Terra.

Assim, a órbita do planeta vermelho, uma das mais irregulares do Sistema Solar, e a da Terra se alinham em relação ao Sol de uma maneira sincronizada a cada 15 anos.

Para a Nasa, esta ocasião significa uma grande oportunidade para os pesquisadores do telescópio espacial Hubble, que se encontra operando "em seu rendimento máximo" desde o seu lançamento em 1990. "O Hubble nos permite observar o sistema solar e fora dele durante muito tempo; é uma plataforma de informação muito completa que nos ajuda a entender, por exemplo, como mudam os climas nos diferentes planetas", explicou Villanueva.

No caso de Marte, o Hubble captou uma imagem na semana passada onde se vê que o planeta vermelho está coberto por uma enorme nuvem de pó, que propiciou uma "tempestade global" nesse mundo.

Tal conhecimento é "muito importante" para a agência espacial americana, que conta com uma série de robôs na superfície de Marte para analisar o planeta.

A Nasa perdeu recentemente contato com o robô explorador Opportunity, que usa painéis solares como fonte de energia. Em decorrência da tempestade de pó, registrada pelo Hubble, o Opportunity não está recebendo a luz solar necessária para trabalhar e entrou em um estado de hibernação até que seus painéis fiquem limpos e a atmosfera marciana, mais aberta.

Um dos maiores objetivos de tais pesquisas é a chegada do homem a Marte. Esta missão de "logística extremamente complexa" duraria três anos, já que, com a tecnologia atual, a viagem até lá demora seis meses.

Quando o astronauta chegasse a Marte, os dois planetas não estariam alinhados, portanto, seria preciso esperar dois anos para que essa janela de oportunidade se abrisse outra vez.

Além dos seis meses de volta, o cientista da Nasa lembrou que seria necessário construir uma base de lançamento em Marte. "Estamos trabalhando para que, em um prazo de 10 a 20 anos, possamos enviar o primeiro homem ou mulher a Marte", disse Villanueva.

Agência Brasil Agência Brasil
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